Translation and utopia in Haroldo de Campos

Acknowledging the performative dimension of the essay "Poesia e modernidade: da morte da arte à constelação. O poema pós-utópico" (Poetry and modernity: from the death of art to constellation. The post-utopian poem, 1984), by Haroldo de Campos (1929-2003), as a manifesto that not only reviews the past, but above all exposes the project of a new post-utopian poetry, this article intends, firstly, to discuss the notions of utopia and post-utopia in de Campos’s reflection, explaining them mainly in light of the idea of modernity by the Mexican poet Octavio Paz (1914-1998). Secondly, the analysis aims at questioning the implications of the idea of post-utopia for the theory of translation apprehended as a builder and claimer of possible pasts.Reconhecendo a dimensão performativa do ensaio haroldiano "Poesia e modernidade: da morte da arte à constelação. O poema pós-utópico" (1984) enquanto um manifesto que não apenas revê o passado, mas sobretudo expõe o projeto de uma nova poesia pós-utópica, o presente artigo pretende, em primeiro lugar, discutir as noções da utopia e da pós-utopia na reflexão haroldiana, explicando-as sobretudo à luz da ideia da modernidade do poeta mexicano Octavio Paz (1914-1998). Em segundo lugar, a presente análise tem por objetivo questionar as implicações da ideia da pós-utopia para a teoria da tradução apreendida enquanto construtora e reivindicadora de passados possíveis