AUTOCONSCIÊNCIA CORPORAL E QUEIXAS ÁLGICAS EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE MÚSICA

Queixas álgicas e problemas osteomusculares são muito prevalentesem musicistas, tendo como fatores determinantes questões físicas, cognitivas, organizacionais e de autoconsciência corporal, podendo surgir já no contexto universitário. O objetivo deste estudo consistiu em investigar a autoconsciência corporal e sua relação com o surgimento de queixas álgicas em estudantes universitários de música. Estudo de campo, transversal, analítico, com abordagem quantitativa, do tipo estudo de caso, conduzido em 2019 com 34 estudantes de música de universidade pública situada ao sul do estado do Ceará, Brasil. Utilizou-se a Bateria de Autoconsciência Corporal e Saúde Ergonômica de Músicos, composta pelas escalas de autoconsciência corporal (A), autopercepção da dor (B) e aspectos preventivos (C) e questionário com dados sociodemográficos, de saúde e performance musical curricular. Análises descritivas e testes U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis foram realizados. Houve alta expressividade da autoconsciência corporal em 50% dos estudantes, com maior percentual na escala A (55,9%). Associaram-se negativamente: autoconsciência corporal a problemas osteomusculares (p=0,04);autopercepção da dor a queixas álgicas após sete dias (p=0,004) e dor pós-performance (p=0,03); e aspectos preventivos a dor nos últimos sete dias (p=0,01). Associaram-se positivamente: autoconsciência corporal a ausência de problemas osteomusculares (p=0,004); e aspectos preventivos a realização de alongamentos na rotina da prática musical (p=0,04). Não houve variáveis associadas positivamente à autopercepção da dor. O estudo contribuiu para importantes reflexões sobre a prática curricular dos estudantes de música, que poderão auxiliar na elaboração de estratégias educacionais com ênfase na promoção da autoconsciência corporal