Identidades masculina e sertaneja e sua relação com o sexismo e cultura da honra no sertão sergipano

The main objective of this thesis was to analyze sertanejo and masculine identities of men from Sergipe’s sertão and their relationship with sexism and culture of honor. Based on the hypothesis that there is a positive correlation relation between those identity representations, culture of honor and sexism. The empirical part was composed by a study in which 117 students from a university in Sergipe’s sertão participated, all of them being male and residents in the semiarid region of Northeast. For data collection a questionnaire was used containing: sociodemographic data, an instrument of free evocation of words based on Zavalloni’s Psychosocial Identity Inventory (1984), the Conceptions of Masculinity Scale (Oransky & Fisher, 2009), the Ambivalent Sexism Inventory (Glick & Fiske, 1996) and an instrument about Conjugal Honor developed by us. The results indicate that the identity representations about sertanejo were featured by traits that emphasizes strength and resilience, image associated to representations shared by Sertão and its people, identified in popular imaginary as a “problem” region. In the identity representations related to men’s it was perceptible a gender constitution that is linked to the maintenance of the patriarchal structure, which reinforces the idea of a hegemonic masculinity, reaffirming the male superiority to the detriment of the female, bound by a stereotypical perspective of “fragile femininity’. We also found a positive correlation between culture of honor, sexism and the conceptions of masculinity, as these constructs are also related to masculine and sertanejo identities, showing that this way of conceiving masculinity and its association between sexism and the defense of honor suggest a naturalization of traditional sexism practices and violent behaviors in defense of reputation. However, it was not found sexism in those identified with the sertão, and low adhesion to culture of honor, that is, the results show that defense of honor is a bigger predictor of sexist behaviors than sertanejo identity. These results were analyzed from the theory of Social Identity Theory, of Henri Tajfel (1982).Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESO objetivo geral desta dissertação foi analisar as identidades sertaneja e masculina dos homens do sertão de Sergipe e suas relações com sexismo e cultura da honra. Partindo da hipótese que há uma relação correlação positiva entre essas representações identitárias, cultura da honra e o sexismo. A parte empírica foi composta por um estudo no qual participaram 117 estudantes de uma universidade no sertão sergipano, sendo todos do sexo masculino e residentes na região semiárida do Nordeste. Para coleta de dados foi utilizado um questionário contendo: dados sociodemográficos, um instrumento de evocação livre de palavras baseado no Inventário Psicossocial de Zavalloni (1984), a Escala de Concepções da Masculinidade (Oransky & Fisher, 2009), o Inventário de Sexismo Ambivalente (Glick & Fiske, 1996) e um instrumento sobre Honra Conjugal por nós desenvolvido. Os resultados indicam que as representações identitárias sobre o sertanejo foram caracterizadas por traços que enfatizam a força e a resiliência, imagem que associada as representações compartilhadas do sertão e seu povo, identificada no imaginário popular como uma região “problema”. Nas representações identitárias ligadas ao masculino foi perceptível uma constituição de gênero que está ligada a manutenção da estrutura patriarcal, o que reforça a ideia de uma masculinidade hegemônica, reafirmando a superioridade masculina em detrimento do feminino, delimitada a partir de uma perspectiva estereotipada da “mulher frágil”. Encontramos ainda uma correlação positiva entre cultura da honra, sexismo e as concepções da masculinidade, assim como esses constructos também se relacionaram com as identidades masculina e sertaneja, demonstrando que esse modo de conceber a masculinidade e sua associação entre sexismo e a defesa da honra sugere uma naturalização de práticas tradicionais de sexismo e comportamentos violentos em defesa da reputação. Contudo, não foi constatado sexismo nos identificados com o sertão, e com baixa adesão a cultura da honra, ou seja, os resultados demonstram que a defesa da honra é um preditor maior de comportamentos sexistas que da identidade sertaneja. Esses resultados foram analisados a partir da teoria da Teoria da Identidade Social (TIS), de Henri Tajfel (1982).São Cristóvã