O presente trabalho parte da afirmação feita por Jacques Lacan (1972/2003a) ninguém que habite essa língua [a japonesa] precisa ser psicanalisado (p.499) e propõe uma inversão dessa sentença: em vez de verificar a necessidade (ou não) dos japoneses serem psicanalisados, buscamos investigar o que teria levado Lacan a utilizar o tema dos japoneses no contexto teórico e clínico da psicanálise, ou seja, por que a psicanálise teria precisado dos japoneses? Defendemos um olhar que não aponte para uma consistência imaginária acerca dos japoneses, mas para um possível abalo que o diferente, especialmente pela sua escrita, poderia causar no próprio campo psicanalítico. Após um mergulho em algumas especificidades da escrita japonesa, retorn...