MOÇAMBIQUE: ESTUDO COMPARADO DA POLÍTICA EXTERNA DOS GOVERNOS SAMORA MACHEL E JOAQUIM CHISSANO

The article analyses the Mozambican foreign policy in the Samora Machel and Joaquim Chissano Governments. It uses as a method Rosenau's comparative foreign policy analysis and theoretical contributions of Putnam's two-level game logic. The Samora government's foreign policy was one of regional liberation, antiapartheid and solidarity with oppressed states and peoples. Engaged in the Socialist Bloc, the Mozambican State faced internal and external constraints from the Cold War. Decisions were ideological, centred on the charismatic leader and President of the Republic. With his own agenda, Samora knew how to manage popular will with nationalizations, but Marxism-Leninism imposed military doctrine and diplomatic inflexibility. The Chissano Government's external relations were one of political-economic pragmatism, it sought new ideologies and opened itself up to dialogue and negotiations with unlikely partners. Considered a technocrat and an excellent diplomat, Chissano knew how to negotiate the end of the civil war, political-economic opening and help from the Western world. However, he made unpopular decisions: structural adjustment policies, transition from socialism to capitalism and changes to the Constitution. There were profound changes between the two Governments: from being an important regional political player and Soviet pawn, Mozambique became dependent on international aid and redefined its role, becoming a regional strategic economic partner, whose foreign policy agenda came to be influenced by international economic bodies.El artículo analiza la política exterior mozambiqueña en los gobiernos de Samora Machel y Joaquim Chissano. Utiliza como método el análisis comparativo de política exterior de Rosenau y las contribuciones teóricas de la lógica del juego de dos niveles de Putnam. La política exterior del gobierno de Samora fue de liberación regional, anti-apartheid y solidaridad con los estados y pueblos oprimidos. Involucrado en el Bloque Socialista, el Estado mozambiqueño enfrentó limitaciones internas y externas de la Guerra Fría. Las decisiones eran ideológicas, centradas en el líder carismático y Presidente de la República. Con agenda propia, Samora supo manejar la voluntad popular con nacionalizaciones, pero el marxismo-leninismo impuso la doctrina militar y la rigidez diplomática. Las relaciones exteriores del Gobierno de Chissano fueron de pragmatismo político-económico, buscó nuevas ideologías y se abrió al diálogo y las negociaciones con socios poco probables. Considerado un tecnócrata y un excelente diplomático, Chissano supo negociar el fin de la guerra civil, la apertura político-económica y la ayuda del mundo occidental. Sin embargo, tomó decisiones impopulares: políticas de ajuste estructural, transición del socialismo al capitalismo y cambios a la Constitución. Hubo cambios profundos entre los dos Gobiernos: de ser un importante actor político regional y un peón soviético, Mozambique pasó a depender de la ayuda internacional y redefinió su papel, convirtiéndose en un socio económico estratégico regional, cuya agenda de política exterior pasó a estar influida por organismos económicos internacionales.O artigo analisa a política externa moçambicana nas Governações Samora Machel e Joaquim Chissano. Utiliza como método a análise de política externa comparada de Rosenau e aportes teóricos da lógica dos jogos dos dois níveis de Putnam. A política externa do Governo Samora era de libertação regional, antiapartheid e de solidariedade com estados e povos oprimidos. Engajado no Bloco Socialista, o Estado moçambicano enfrentou constrangimentos internos e externos da Guerra-Fria. As decisões eram ideológicas, centralizadas no líder carismático e Presidente da República. Com agenda própria, Samora soube gerir as vontades populares com nacionalizações, mas o marxismo-leninismo impôs doutrina militar e inflexibilidade diplomática. As relações externas do Governo Chissano foram de pragmatismo político-econômico, buscou novas ideologias e abriu-se a diálogos e negociações com parceiros improváveis. Considerado tecnocrata e exímio diplomata, Chissano soube negociar o fim da guerra-civil, a abertura político-econômica e a ajuda do mundo Ocidental. Contudo, tomou decisões impopulares: políticas de ajustamento estrutural, transição do socialismo ao capitalismo e mudanças na Constituição. Entre os dois Governos houve mudanças profundas: de importante player político regional e peão soviético, Moçambique tornou-se dependente da ajuda internacional e redefiniu seu papel, passando a parceiro econômico estratégico regional, cuja agenda de política externa passou a ser influenciada por organismos econômicos internacionais