Em pleno século xxi, e pese o significativo avanço da ciência, o certo é que o religioso persiste no mundo moderno e mesmo na Europa – continente profundamente secularizado – onde surgem várias modalidades (públicas e privadas) de manifestação do sagrado. Portugal, do mesmo modo, assiste à coexistência de tendências, aparentemente contraditórias. A par de um avanço da secularização, com base na privatização das práticas religiosas e do sagrado, regista-se também um aumento do revivalismo, bem como a inovação de novas crenças e visões do mundo. Assim, no presente artigo, pretende-se demonstrar, através de dois estudos empíricos, a presença viva, dinâmica, da religiosidade e de espiritualidades na sociedade portuguesa, focando-se, num primeir...