Estudo do papel de Arginil t-RNA Transferase na resistência a vírus de plantas

A resistência vegetal é um dos mecanismos de defesa observados em plantas frente ao surgimento de patôgenos. Em estudos sobre variedades de algodão comercial (Gossypium hirsutum) resistentes a infecção pelo Cotton Leafroll Dwarf Virus (CLRDV), nosso grupo identificou as ORFs CBD1 e CBD2 entre os marcadores moleculares para o lócus de resistência presente nessa planta. A proteína codificada pelo gene CBD2 possui homologia com Arginil t-RNA Transferase (ATE) de Arabidopsis thaliana, que atua na via N-end-rule promovendo a ubiquitinação e degradação de proteínas via proteassoma. Durante ensaios de infecção com CLRDV, foi possível observar que CBD2 é superexpresso nas variedades de G. hirsutum resistentes a esse vírus. Em contrapartida, nas variedades suscetíveis foi observada a diminuição de sua expressão. Quando A. thaliana que superexpressam ATE-1 (35S:ATE1) foram submetidas à infecção por esse vírus, houve uma repressão do acúmulo de RNA viral quando comparado com o observado nas plantas wild type. Logo, o presente trabalho busca analisar se a superexpressão de ATE torna a planta modelo A. thaliana resistente a outros patôgenos vegetais, como Potato virus X (PVX) e Tobacco rattle virus (TRV), que são espécies amplamente utilizadas no ramo da biotecnologia. Como resultados, foi possível analisar que os genes das proteínas de PVX e TRV são reprimidos sistemicamente nas plantas 35S:ATE1, sustentando a hipótese de que ATE pode estar relacionada com a inibição do espalhamento de outros vírus além do CLRDV