Estudo fitoquímico e farmacológico de Lobelia exaltata Pohl (Campanulaceae)

Orientador: Obdulio Gomes Miguel.Coorientador: Paulo Vitor Farago.Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Farmácia, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Defesa : Curitiba, 03/05/2019.Inclui referências: p. 161-188.Resumo: Lobelia exaltata Pohl é uma planta nativa do Brasil, não ameaçada de extinção, encontrada nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É utilizada popularmente para problemas cardíacos. Até o presente momento, não há relato de estudos realizados com esta espécie. O objetivo desse trabalho foi realizar o estudo fitoquímico, e avaliar as atividades neuroprotetora, ansiolítica, anticonvulsivante, citotóxica e inseticida do extrato cetônico e do extrato etanólico L. exaltata. Os extratos cetônico e etanólico das partes aéreas e sementes foram obtidos por extração em aparelho de Soxhlet modificado e particionados em solventes com polaridade crescente, obtendo-se as frações hexano, clorofórmio, acetato de etila e remanescente. A fração clorofórmio do extrato cetônico das partes aéreas foi purificada por técnicas cromatográficas e analisadas por RMN, IV e CG-MS, que possibilitou a identificação de 40 compostos, entre eles alcaloides, ácidos graxos e triterpenos. O extrato cetônico bruto e fração clorofórmio apresentaram atividade neuroprotetora de acordo com o Modelo da Doença de Parkinson nos testes de Preferência à Sacarose, Natação forçada e Reconhecimento Social. A partir do extrato cetônico bruto foi isolado o composto mio-inositol e ambos apresentaram atividade ansiolítica e anticonvulsivante utilizando o modelo zebrafish. A atividade citotóxica frente às células Jurkat e Calu-3 foi maior na fração alcaloidal do que na mistura de triterpenos numa concentração de 100 Mig.mL-1 em cada uma. Nas células HeLa e HRT não houve nenhum efeito citotóxico. A fração acetato de etila das partes aéreas de L. exaltata apresentou uma mortalidade de 80% para Plutella xylostella em 48 horas de tratamento, nenhuma outra fração das partes aéreas e sementes apresentou atividade inseticida. Foi possível concluir que L. exaltata, uma espécie nunca antes estudada, apresentou uma potencial atividade neuroprotetora, ansiolítica e anticonvulsivante em seus extratos e frações. Entretanto sugere-se que novos estudos sejam realizados a fim de verificar quais os compostos seriam responsáveis por tais atividades.Abstract: Lobelia exalta Pohl is a plant native to Brazil, not threatened with extinction, found in the states of Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul. It is commonly used for heart problems. Until now, there is no report of studies with this species. The objective of this work was to perform the phytochemical study, and to evaluate the neuroprotective, anxiolytic, anticonvulsant, cytotoxic and insecticidal activities of L. exaltata. The ketone and ethanolic extracts of the aerial parts and seeds were obtained by extraction in modified Soxhlet apparatus and partitioned in solvents with increasing polarity, obtaining the hexane, chloroform, ethyl acetate and remainder fractions. The chloroform fraction of the aerial parts ketone extract was purified by chromatographic techniques and analyzed by NMR, IV and CG-MS, which allowed the identification of 40 compounds, among them alkaloids, fatty acids, and triterpenes. The crude ketonic extract and chloroform fraction presented neuroprotective activity according to the Parkinson's Disease Model in the Tests of Preference to Sucrose, Forced Swimming and Social Recognition. From crude ketonic extract was isolated myo-inositol compound and showed both anticonvulsant and anxiolytic activity using the zebrafish model. The cytotoxic activity against Jurkat and Calu-3 cells was higher in the alkaloidal fraction than in the triterpene mixture at a concentration of 100 Mig.mL-1 in each. In the HeLa and HRT cells there was no cytotoxic effect. The ethyl acetate fraction of the aerial parts of L. exaltata presented 80% mortality for Plutella xylostella in 48 hours of treatment, no other fraction of the aerial parts and seeds showed insecticidal activity. It was possible to conclude that L. exaltata, a species never before studied, presented a potential neuroprotective, anxiolytic and anticonvulsive activity in its extracts and fractions. However, it is suggested that further studies be conducted to ascertain which compounds would be responsible for such activities