Efeito da ILPF e do desbaste das árvores sobre o crescimento e produção de madeira do eucalipto.

Resumo: Na integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) a prática do manejo de desbaste das árvores permite minimizar a competição entre os componentes do sistema e maximizar os efeitos sinérgicos entre eles. Assim, o objetivo foi avaliar o efeito da ILPF e do desbaste das árvores sobre o crescimento e produção de madeira do eucalipto. O experimento foi implantado na safra 2011/2012, com o híbrido H13 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis), na região de transição Cerrado/Amazônia. Cinco sistemas de ILPF com diferentes regimes de desbastes (épocas e intensidades diferentes de desbaste seletivo e sistemático) foram comparados ao plantio homogêneo de eucalipto. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso (DBC) com quatro repetições. Aos 120 meses foi realizado o inventário, das 24 parcelas permanentes de 850,5 m² formadas por 81 árvores úteis, com a medição do diâmetro à altura do peito (DAP), altura total (H) e calculada a área basal e o volume de madeira. Os dados foram agregados ao inventário florestal contínuo (2012 a 2020), para ajuste de modelos de crescimento e estimativa do volume de madeira em função da idade. Os sistemas ILPF proporcionaram maior crescimento e produção individual das árvores, em função da menor densidade de árvores em comparação ao plantio homogêneo. Consequentemente a produção total de madeira por hectare foi menor nos sistemas integrados. As diferenças observadas dentro dos sistemas integrados são decorrentes do manejo de desbaste realizados, como a época, intensidade e tipo (seletivo ou sistemático). Os sistemas ILPF-S4 e ILPF-S5 que sofreram desbaste das linhas laterais no quarto e quinto ano, respectivamente, tiveram maior crescimento em DAP em função da menor competição entre as árvores, quando comparados ao ILPF-S8, que no quinto ano recebeu desbaste seletivo de 50% das árvores e somente no oitavo ano teve as linhas laterais desbastadas. A ILPF com maior número de árvores remanescentes após o manejo de desbastes (IPF-T) apresentou a maior produção de madeira, o equivalente a 53% da madeira remanescente no plantio homogêneo