Espacialização do estoque de carbono na bacia hidrográfica do Rio Dourado em Apuí/AM.

RESUMO: A conversão de áreas florestais em áreas de produção agropecuária é fator crucial no balanço das emissões atmosféricas de CO2. A área de estudo, o município de Apuí/AM, ocupa a 10ª posição entre os municípios com maiores taxas de desmatamento na Amazônia. O objetivo deste estudo foi espacializar o carbono acumulado na biomassa vegetal e no solo nas diversas classes de uso e cobertura da terra na Bacia Hidrográfica do Rio Dourado. Dos 22.240 ha da área de estudo, 57,8% apresenta cobertura florestal (florestas primárias e secundárias e sistemas integrados) e 42,2 % não apresenta cobertura florestal (pastagens, lavouras e outros usos). Para estimar o estoque de carbono, foi utilizado o software Integrated Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs (InVEST). Os dados de carbono nos compartimentos biomassa viva acima do solo, biomassa viva abaixo do solo, biomassa morta e na camada de 0,30 cm do solo para as diferentes classes de uso e cobertura da terra foram selecionados na literatura científica. Foram estimados 3.328.363 Mg de carbono na área de estudo, dos quais 86,44% estão nas áreas com cobertura florestal e 13,56%, nas áreas sem cobertura florestal. Esses resultados demonstram o efeito das alterações no uso e cobertura da terra sobre o estoque de carbono em bacia hidrográfica e os possíveis impactos nos serviços ecossistêmicos, e podem ajudar os tomadores de decisão (proprietários rurais, técnicos de assistência rural e governantes) a entenderem a necessidade de estabelecer sistemas de produção sustentáveis e políticas públicas para conservação dos remanescentes florestais e mitigação das mudanças climáticas.Evento online. CIIC 2022. Nº 22508