Religião, Religiosidades e Resistências: A criação da ordem dominicana e sua territorialização nos vales dos Rios Araguaia e Tocantins.

The territorialization process of the Dominican Order in the Valleys of the Araguaia and Tocantins rivers is narrated by several authors, each seeking to present the specificities and particularities. In this sense, this research presents the creation of the Order from that of its desreterritorializations in Europe, in Brazil and more specifically in the Valleys of the Araguaia and Tocantins rivers. Within this context, we will also seek to problematize the cultural resistance of the sertanejos and the indigenous people in the face of the strategies of symbolic domination of the Dominican friars who have territorialized themselves in the region. Starting from the analysis of several authors who discussed the history of this order and its symbolic disputes in the religious field, we guided the discussion in Rogério Haesbaert conception of territory and territorialization, as well as that of Marco Aurélio Saquet when discussing the cultural dimension of the territory. In the field of religion, we seek to dialogue, on the one hand, with Pierre Bourdieu in the dimension of the relations of symbolic power and, on the other hand, with Eliade in the dimension of the construction of the sacred as an element of religious control. In this way, it was possible to verify that the process of territorialization of the Dominican friars, based on a concept of exclusionary civilization, was involved in disputes with the secular clergy and suffered permanent resistance from the sertanejos and indigenous people who fought for the maintenance of their religious practices which were based on tradition.O processo de territorialização da Ordem Dominicanas nos Vales dos rios Araguaia e Tocantins, iniciada no final do século XIX, é narrado por diversos autores, cada um buscando apresentar as especificidades e particularidades. Nesse sentido, esta pesquisa apresenta a criação da Ordem a partir da de suas desreterritorialiazações na Europa. Além disso, apresentando as suas chegadas no Brasil e mais especificamente nos Vales dos rios Araguaia e Tocantins. Dentro desse contexto, buscaremos problematizar também as resistências culturais dos sertanejos e dos indígenas frente às estratégias de dominação simbólica dos frades dominicanos que se territorializaram na região. Partindo, da análise de diversos autores que discutiram a história dessa ordem e suas disputas simbólicas no campo religioso, pautamos a discussão na concepção de Rogério Haesbaert de território e territorialização, assim como na de Marco Aurélio Saquet ao discutir a dimensão cultural do território. No campo da religião buscamos dialogar, de um lado, com Pierre Bourdieu na dimensão das relações de poder simbólico e, de outro lado, com Eliade na dimensão da construção do sagrado como elemento de controle religioso. Desse modo, foi possível verificar que o processo de territorialização dos frades dominicanos, pautada em uma concepção de civilização excludente, esteve envolto em disputas com o clero secular e sofreu resistência permanente dos sertanejos e indígenas que lutavam pela manutenção de suas práticas de religiosidade as quais se baseavam na tradição