A teoria neoclássica

Tradicionalmente, na análise das questões económicas internacionais, a corrente neoclássica introduz dois níveis de teorização entre os quais, de um modo geral, existem muito poucos contactos. Um é usualmente conhecido como teoria pura do comércio internacional, ou teoria real do comércio e trata das questões que normalmente estão associadas à microeconomia. Como é usual na análise microeconómica, considera-se que o equilíbrio macroeconómico é atingido, isto é, que a economia como um todo opera no pleno-emprego e que a balança de pagamentos encontra-se equilibrada. No quadro desta hipótese, analisam-se os determinantes do comércio, o padrão de especialização e as consequências do comércio sobre a produção, o consumo e o chamado bem-estar. O segundo nível de teorização é o que normalmente é conhecido por teoria monetária internacional e trata das questões ligadas à macroeconomia. Parte da hipótese de que as condições de eficiência microeconómicas estão asseguradas, a não ser que haja "distorções" introduzidas pela política macroeconómica, para se concentrar em questões globais como a inflação, o desemprego ou a balança de pagamentos. A designação de teoria monetária, advém do facto de se considerar ser impossível conceber o desequilíbrio macroeconómico sem a moeda. Deixar-se-à de lado, para já, este segundo nível de análise e concentrar-se-à a atenção sobre o modelo teórico neoclássico de explicação das trocas internacionais e dos seus efeitos. Às hipóteses gerais já apresentados atrás há que acrescentar, agora, um conjunto de hipóteses particulares que permitem a reconstrução neoclássica do modelo das vantagens comparativas.