Entre pólemos e dynamis: a noção de poder como origem da moral do senhor e do escravo na Genealogia da moral de Nietzsche

This article focuses on the first treatise of Nietzsche’s On the Genealogy of Morals, regarding the historical origins of the noble and slave morality, and proposes the intrinsic possession or lack of power as a key notion to understand these origins. Given the significance that Nietzsche ascribed to the Ancient world, the notion of power will be elucidated through a comparison with some selected texts by Heraclitus and Plato. The first part deals with intrinsic power as the primary source of the noble morality, its consequences with regards to the notion of good and the image human beings have of themselves and their place in the world. The second part presents powerlessness as the root of all moral resentment, i.e. of the slave morality, focusing on Plato’s conception of the ?????, as well as his definition of being as the power (???????) to perform an action or to be acted upon. The third part synthesizes the previous sections and shows the relation between the noble and slave morality regarding both power and cruelty, i.e. their own account of what good and evil are.Keywords: Greek philosophy, Heraclitus, history of morality, Homer, Friedrich Nietzsche, Plato, Paul Rée.Este artigo destaca a Primeira Dissertação da Genealogia da moral de Nietzsche, sobre as origens históricas da moral do senhor e do escravo, e propõe a posse intrínseca ou falta de poder como uma noção-chave para entender essas origens. Dada a relevância que Nietzsche atribuiu ao mundo antigo, a noção de poder será elucidada através de uma comparação com alguns textos selecionados de Heráclito e Platão. A primeira parte trata do poder intrínseco como fonte principal da moralidade do senhor, suas consequências em relação à noção de bem e à imagem que os seres humanos tinham de si mesmos e de seu lugar no mundo. A segunda parte apresenta a impotência como a raiz de toda a moral do ressentimento, ou seja, da moralidade do escravo, a concepção de Platão de ?????, bem como a sua definição de ser como o poder (???????) para executar uma ação ou para ser posta em prática. A terceira parte sintetiza as seções anteriores e mostra a relação entre a moral do senhor e do escravo em relação ao poder e à crueldade, ou seja, sua própria explicação do que são o bem e o mal.Palavras-chave: filosofia grega, Heráclito, história da moralidade, Homero, Friedrich Nietzsche, Platão, Paul Rée