Caracterização da fauna silvestre recebida no CETAS de Juiz de Fora – MG e no Zoológico Municipal de São José do Rio Preto – SP

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)O Brasil é considerado um dos países com maior biodiversidade, com aproximadamente 20% do número total de espécies do planeta. No entanto, grande parte dessa biodiversidade está ameaçada pelo desmatamento. O tráfico, os atropelamentos e a retirada por engano de filhotes da Natureza também contribuem para que as espécies entrem para a lista de extinção. A perda de espécies pode causar um desequilíbrio ambiental, afetando o ecossistema inteiro. Os zoológicos e os Centros de Triagem são instituições importantes para a conservação da fauna silvestre, sendo responsáveis por receber, reabilitar e, se possível, fazer a soltura no ambiente. Informações sobre animais silvestres retirados da natureza e sua destinação são escassas. Desse modo, o presente estudo teve como objetivo analisar e caracterizar dados do CETAS de Juiz de Fora e do Zoológico Municipal de São José do Rio Preto, procurando contribuir na definição de políticas públicas futuras, no combate ao tráfico e choques mecânicos por atropelamento, além de discutir a importância desses locais e de ações voltadas para o esclarecimento da sociedade. Os dados recebidos, gráficos e tabelas foram organizados no programa Microsoft Office Excel por ano de recebimento (2018, 2019, 2020 e 2021), táxons dos animais (aves, mamíferos e répteis), o seu histórico (órfão, tráfico, atropelamento etc.) e sua destinação (soltura, plantel ou óbito). Tanto no CETAS quanto no Zoológico, houve um predomínio de aves e a origem da maioria dos animais recebidos foi apreensão pela Polícia Militar, IBAMA e corpo de bombeiros. Do total de animais apreendidos no CETAS, apenas 12% foram soltos na natureza e os demais ficaram em cativeiro ou morreram. Do total de animais recebidos no Zoológico, 24% foram devolvidos ao habitat. Nesse local, todos os animais apreendidos do tráfico pela Polícia Militar Ambiental foram soltos. Em 2020, aproximadamente 21% dos filhotes órfãos chegaram saudáveis; desses, a maior parte foi destinada ao cativeiro. O recebimento de animais vítimas de atropelamento foi raro, quando comparado com os índices reais, já que muitos animais acabam morrendo no local. Ações de conservação da fauna brasileira devem considerar a criação de mais centros de triagem, aumento da fiscalização e punições mais rígidas, quanto à retirada de animais da natureza, e realização de campanhas voltadas para reduzir os atropelamentos