Women in power: the sexist dimension in the plot of the coup against Dilma Rousseff

This research aims to discuss the sexist dimension of the coup against Dilma Rousseff, its impact on feminism and the process of “(dis)empowerment” of women in Brazilian politics, when considering what these female representations in parliament officially mean, given the premise of the sexist symbology that caused the overthrow, in 2016, of the first female president of Brazil. While the introduction addresses the historical and political context in which this research was conceived and concisely discusses the theoretical basis and sections of the work, the first section provides a brief recap on the participation of women in Brazilian politics after the Proclamation of the Republic in 1889, as well as the discussion about women’s struggle for democracy and respect in the political sphere. In turn, the second section concerns the sexist dimension, by pointing out the fields of dispute for women; discuss how part of the national press contributed to the ideological propagation of machismo and misogyny by manipulating reports. Therefore, it is intended to verify how misogyny and sexism were used, especially by the press, as a political weapon against Dilma Rousseff, in addition to debating how the policies of inclusion of women and diversity annoyed the ultraconservative sectors, i.e., how the conquest of rights aroused the anger of this reactionary camp, which culminated in the propagation of slander and misogynistic insults against the president. The third section brings a brief chronology of Partido dos Trabalhadores (PT, in Portuguese abbreviation) government from a certain perspective, by associating the 2016 coup to the rise of violent ultraconservative and reactionary groups, holders of misogynistic values, racist, LGBTphobic and who came to power after that event, in which the sources of the Annals of the Chamber of Deputies of April 17th, 2016 are used to analyze the justifications of deputies during the impeachment vote, investigate whether they represented sexist groups in society and indicate the field of disputes between the defenders of patriarchy and women’s resistance movements. The final considerations do not aspire to any definitive closure, since history is constantly being formulated, but rather outline the assumptions in a synthesized way and understand how such interpretations were reached. It is important to understand that this work does not aim to defend the hypothesis that the coup against Dilma Rousseff solely occurred as a result of (and consequence) of machismo – since there were other nuances such as the economic dimension that involve various interests, e.g. the purpose of privatizations, the reduction of rights in the working class, Pre-Salt, “Lava-Jato” Operation etc. –, but rather to explore the sexist dimension and the particularity of ideological propagation of machismo and sexism by the supporters of 2016 coup.Dissertação (Mestrado)Esta pesquisa visa debater a dimensão machista no golpe contra Dilma Rousseff, o impacto deste para o feminismo e o processo de empoderamento e desempoderamento das mulheres na política brasileira, ao considerar o que significam oficialmente essas representações femininas no parlamento, diante da premissa da simbologia machista que ocasionou a derrocada, em 2016, da primeira mulher presidenta do Brasil. Enquanto a introdução aborda o contexto histórico e político no qual foi concebida esta pesquisa e concisamente discorre sobre a fundamentação teórica e as seções do trabalho, a primeira seção traz uma breve recapitulação acerca da participação das mulheres na política brasileira após a Proclamação da República em 1889, bem como a discussão acerca da luta das mulheres pela democracia e por respeito no âmbito político. Por seu turno, a segunda seção diz respeito à dimensão machista, ao apontar os campos de disputa das mulheres. Discute também sobre como parte da imprensa nacional contribuiu para a propagação ideológica do machismo e da misoginia ao manipular reportagens. Logo, pretende-se constatar de que modo a misoginia e o sexismo foram usados, sobretudo pela imprensa, como arma política contra Dilma Rousseff, além de debater como as políticas de inclusão das mulheres e da diversidade incomodaram os setores ultraconservadores, ou seja, como a conquista desses direitos despertou o ódio desse campo reacionário, que culminou na propagação de calúnias e injúrias misóginas contra a presidenta. A terceira seção traz uma breve cronologia do governo petista sob determinada perspectiva, ao associar o golpe de 2016 à ascensão de grupos ultraconservadores e reacionários de caráter violento, detentores de ideais misóginos, racistas, LGBTfóbicos e que se colocaram no poder após o referido evento, em que são utilizadas as fontes dos Anais da Câmara dos Deputados de 17 de abril de 2016 para analisar as justificativas dos/as deputados/as durante a votação do impedimento, investigar se elas representaram grupos machistas na sociedade e indicar o campo de disputas entre os defensores do patriarcado e os movimentos de resistência das mulheres. As considerações finais não aspiram a nenhum fechamento definitivo, posto que a história está em constante formulação, mas sim delinear, de maneira sintetizada, os pressupostos para entender de que forma tais interpretações foram alcançadas. É importante compreender que este trabalho não visa defender a hipótese de que o golpe contra Dilma Rousseff tenha ocorrido unicamente em razão (e consequência) do machismo - visto que existiam outras nuances como a dimensão econômica que envolvem diversos interesses, a exemplo do propósito das privatizações, da redução dos direitos da classe trabalhadora, do Pré-Sal, da Operação Lava-Jato etc. –, mas sim visa explorar a dimensão machista e a particularidade da propagação ideológica da misoginia e sexismo pelos propugnadores do golpe de 2016