Aplicação da teoria das zonas monetárias óptimas à União Europeia

Mestrado em Economia Monetária e FinanceiraA concretização da União Monetária Europeia será um acontecimento extraordinário e historicamente sem precedentes que irá ter um largo espectro de consequências. Esta dissertação tem por objectivo discutir até que ponto o conjunto de países que formam a União Europeia ( UE) constituem uma zona monetária óptima (ZMO) ou, se pelo contrário, a implementação de uma união monetária, com todos os países, venha a ser uma medida precipitada. Nesse sentido, é apresentada a teoria das zonas monetárias óptimas, nas suas diversas abordagens: a abordagem tradicional, a abordagem macroeconómica global, a abordagem alternativa e os modelos formalizados de ZMO. São, também, focadas as principais questões empíricas relacionadas com esta problemática, apresentando-se evidência acerca da natureza dos choques económicos, da mobilidade do factor trabalho, da organização automática das transferências fiscais e da utilização da política cambial enquanto instrumento de ajustamento a choques assimétricos. É realizada, com base em dados do produto interno bruto, do emprego e da taxa de desemprego, ao longo do período de 1961 a 1997, uma aplicação para avaliar a natureza e dimensão dos choques económicos entre os quinze países da UE. Esta aplicação apresenta evidência de que os choques são, sobretudo, comuns e não específicos aos países e de que esse facto se reforçou com o início do Sistema Monetário Europeu. Obtém-se, ainda, evidência de que não existe um fenómeno do tipo Núcleo- Periferia. A mesma metodologia é aplicada aos Estados Unidos da América sugerindo que o grau de assimetria dos choques económicos na UE é comparável ao desta zona monetária.European Monetary Union accomplishment will be an extraordinary and unique event with broad effects. The present work aims to find out if European Union (EU) constitutes an optimum currency area, or, otherwise, the establishment of a monetary union, with every countries, will be an undesirable measure. Thus, in order to discuss this matter, we present the theory of optimum currency areas, in its several facets: the traditional approach, the global macroeconomics approach, the alternative approach and the formal approach. We also consider the main ennpirical issues related with this subject, presenting empirical results about the nature of economical shocks, labour mobility, fiscal transfers automatically organised and the use of exchange rate policy as an instrument of adjustment to asymmetric shocks. A test, based on data of gross demand product, employment and unemployment rate during the period of 1961 to 1997, is performed to estimate the extent and nature of economical shocks among the fifteen countries of EU. ft shows that shocks are, moreover, common rather than asymmetric to the countries and that with the beginning of European Monetary System this had become more obvious. What's more, it shows that there isn't a core-periphery phenomenon. The same method is applied to United States of America ( USA) revealing that the degree of asymmetry of shocks in EU appears to be comparable to the one observed among the USA regions.