Peri-intraventricular hemmorhage in preterm infants in need of surgical drainage

Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaIntrodução: A hemorragia peri-intraventricular (HPIV) continua a ser uma complicação de relevo no recém-nascido (RN) prematuro, condicionando elevada morbimortalidade sobretudo em idades gestacionais inferiores a 29 semanas. O tratamento preconizado é o neurocirúrgico e os seus riscos são ultrapassados pelos benefícios associados. O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução dos RN com esta patologia que tenham sido submetidos a drenagem cirúrgica. Materiais e Métodos: Estudo exploratório retrospetivo que incluiu os RN prematuros internados durante o período neonatal, no Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra de 2001 a 2020, com o diagnóstico clínico de hemorragia peri-intraventricular. Resultados: Em 20 anos de período de estudo foram incluídos 48 RN. Destes, 36 (75%) foram submetidos a uma ou mais técnicas neurocirúrgicas. O mínimo de técnicas usadas foi de uma e o máximo de seis, sendo a mediana de três técnicas. O número total de técnicas usadas foi de 100, sendo a mais usada a Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP) (42%). Faleceram 16 RN (33,3%), sendo que 3 tinham uma derivação ventricular externa à data de óbito (18,8%), 1 tinha uma DVP (6,2%) e 1 tinha um Reservatório de Ommaya (RO) (6,2%). Ao final de 12 meses, 2 recém-nascidos tinham um RO (5,6%), 27 tinham uma DVP (75,0%), 5 faleceram antes de completarem os 12 meses (13,8%) e 2 não apresentavam qualquer técnica quando completaram 12 meses (5,6%).Verificou-se que o menor peso ao nascimento foi o que mais se relacionou com a mortalidade (p=0,041). Houve 8 casos de meningite (22%) em RN submetidos a drenagem neurocirúrgica, sendo que a sua ocorrência foi superior nos RN submetidos a um maior número de técnicas (p< 0,001). Conclusão: Atualmente, a HPIV ainda se mantém como uma comorbilidade importante no RN prematuro, verificando-se necessidade de procedimentos invasivos em número não desprezível, bem como as complicações associadas aos mesmos. É essencial manter a vigilância clínica e imagiológica destes RN de forma a referenciação precoce para centros com cuidados neonatais neurocirúrgicos.Introduction: Peri-intraventricular hemorrhage (PIVH) is still a relevant complication in preterm newborns, causing high morbidity and mortality, especially at gestational ages below 29 weeks. The recommended treatment is neurosurgical, and its risks are outweighed by the associated benefits. The main goal of this paper was to assess the evolution of the newborns with this pathology who had undergone surgical drainage. Material and Methods: Retrospective exploratory study, that include preterm newborns, admitted during the neonatal period, to a Pediatric Intensive Care Service of Pediatric Hospital of the Coimbra University Hospital Centre from 2001 to 2020, with the clinical diagnosis of PIVH. Results: In 20-year study period 48 newborns were inclued. Of these, 36 (75%) underwent one or more neurosurgical techniques. The minimum number of techniques used was one and the maximum was six, with a median of three techniques. The total number of techniques used was 100, the most used being the Ventriculoperitoneal Shunt (VPS) (42%). Sixteen newborns (33,3%) died, 3 of whom had an external ventricular drain at the time of death (18,8%), 1 had a VPS and 1 had an Ommaya Reservoir (OR). At the end of 12 months, 2 newborns had an OR (5,6%), 27 had a VPS (75,0%), 5 died before completing 12 months (13,8%) and 2 had no technique when they completed 12 months (5,6%). It was found that the lowest birth weight was the factor most related to mortality (p=0.041). There were 8 cases of meningitis (22%) in newborns submitted to a neurosurgical drainage and its occurrence was higher in newborns submitted to a greater number of techniques (p< 0.001).Conclusion: Currently, PIVH still remains an important comorbidity in premature newborns, with a significant number of invasive procedures, as well as the complications associated with them. It is essential to maintain clinical and imaging surveillance of these newborns to make early referencing to centres with neurosurgical neonatal care