Fértil: a reprodução como performance

Tese de Doutoramento em Arte Contemporânea apresentada ao Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.Seja à espécie, seja ao capitalismo, parece que a mulher nasceu para servir. A busca de entender os significados da reprodução para o corpo de uma mulher é o que norteia esta pesquisa. Para isso, começo por apresentar a reprodução enquanto performance, o corpo de mulher que carrego e uma escrita performativa que ecoa o que ela mesma discute. Sigo por pensar a mulher enquanto serva da espécie, avanço por entender mais sobre as técnicas da reprodução assistida no que diz respeito à sua história, objetivos e impactos e culmino em defender a ideia de que a reprodução de um casal de mulheres é uma estratégia artística e política de resistência. Como metodologia, submeto meu corpo às técnicas da reprodução assistida e empreendo em uma pesquisa teórico-prática que ora se expressa em obra, ora se expressa em texto. Alguns pares foram essenciais para estabelecer os diálogos que moveram esta investigação, como Simone de Beauvoir, Silvia Federici, Rosemary Betterton, Paul B. Preciado, Regina José Galindo, Della Pollock, Grada Kilomba, Gloria Anzaldúa e Jack Halberstam.Be it to human kind or to capitalism, it seems women were born to serve. The focus of this research study is to understand the meaning of reproduction as it relates to women’s bodies. I begin by presenting reproduction as a performance, the female body I carry, and a performative writing that reverberates it’s own discussions. Sequentially, I ponder women as servants to the species, then proceed to understand more about assisted reproduction techniques in regards to its history, objectives and impacts. I wind up defending the idea that reproduction by a lesbian couple is an artistic and political strategy of resistance. My methodology consists of submitting my own body to assisted reproduction techniques and diving into a theoretical-practical research that at times expresses itself in art pieces, and other times expresses itself in text. Several colleagues were essential to establishing the dialogues that drove this investigation, such as Simone de Beauvoir, Silvia Federici, Rosemary Betterton, Paul B. Preciado, Regina José Galindo, Della Pollock, Grada Kilomba, Gloria Anzaldúa, and Jack Habelrstam