Intervenção farmacêutica no doente diabético tipo 2 polimedicado

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2021, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.A diabetes mellitus do tipo 2 é uma doença cada vez mais prevalente em todo o mundo, aumentando com o desenvolvimento dos países e o envelhecimento da população. Para além do exigente regime terapêutico e de cuidados para controlo da doença, que só por si poderá contribuir para a diminuição da qualidade de vida (principalmente em doentes polimedicados e com outras comorbilidades), existe ainda o risco de complicações, muitas vezes, debilitantes ou até mesmo fatais. Todos estes aspetos resultam num grande encargo monetário, não só para a pessoa que vive com a doença, mas principalmente para o Sistema Nacional de Saúde. Como profissionais de saúde acessíveis e especialistas do medicamento, os farmacêuticos possuem competências, recursos e potencial para ajudar e acompanhar estas pessoas em todos os aspetos do seu tratamento. Seja pela prevenção do avanço da doença através do diagnóstico mais precoce; da análise e acompanhamento farmacoterapêutico (eficácia, reações adversas, interações medicamentosas…); educação dos utentes e da população acerca da doença e os autocuidados necessários e incentivo à adesão à terapêutica e mudanças de estilo de vida. Vários estudos analisados nesta revisão bibliográfica indicam haver evidências de benefício clínico, humanístico e económico na intervenção farmacêutica em todos estes processos. Mais concretamente, os resultados obtidos demonstram diminuição da hemoglobina glicada, mas também da glicémia, pressão arterial e colesterol, bem como aumento da qualidade de vida e diminuição da ocorrência de complicações e dos custos a elas associados. O maior acompanhamento ao doente para controlo e monitorização do seu estado de saúde, poderá ser mais facilitado em contexto de farmácia comunitária pela proximidade característica da mesma. É de máxima importância ressalvar que o foco é, e sempre será, o doente. Assim sendo, o tratamento e controlo da diabetes deverá ser centrado na pessoa diabética, com a participação da mesma e de uma equipa multidisciplinar ao seu serviço.Type 2 diabetes mellitus is an increasingly prevalent disease all over the globe, increasing with the development of societies and aging of the population. In addition to the demanding therapeutic and care regimen for diabetes control, which alone can contribute to the reduction of quality of life (especially in polymedicated patients with other comorbidities), there is also a risk of complications, often debilitating or even fatal. All these aspects result in a large monetary burden, not only for each patient, but mainly for the National Health System. As accessible healthcare providers and specialists in medication, pharmacists have the skills, resources and potential to help diabetic patients in all aspects of their treatment. Whether by preventing the advance of the disease through earlier diagnosis; pharmacotherapeutic analysis and follow-up (efficacy, adverse reactions, drug interactions...); educating patients and the population about this disease and self-care and finally encouraging adherence to therapy and lifestyle changes. Several studies analyzed in this review show evidence of clinical, humanistic and economic benefit of the pharmaceutical interventions. More specifically, the results obtained show a decrease in glycated hemoglobin, but also in glycemia, blood pressure and cholesterol, as well as increased quality of life and decreased occurrence of complications and associated costs. Further follow-up to the patient for the control and monitoring of the patient health status may be facilitated in the context of a community pharmacy due to its characteristic proximity. It is of the utmost importance to point out the focus in the patient. Therefore, the treatment and control of diabetes disease should be centered on the participating patient with a multidisciplinary team at his service