Nosso objetivo é mostrar que, para Plotino, supor um inteligível ignorante (como o Éon Sabedoria de alguns textos gnósticos) no interior do Intelecto constitui uma ameaça ao próprio estatuto do Intelecto como verdadeiro Intelecto. Da mesma forma, aceitar que a ignorância de um Éon seja a causa do universo sensível ameaça a definição do Princípio Primeiro como o princípio último de toda a realidade, pois implica na ideia de que o universo sensível não foi criado como resultado de uma processão indefectível do Princípio Primeiro e da contemplação infalível de seu Princípio original, mas por causa da decadência e da queda de um Éon que desconhece seu Princípio Primeiro, que ele não contempla. Demonstramos assim que, portanto, para refutar o mi...