Perfil epidemiológico dos policiais e bombeiros da Polícia Militar do Paraná

Orientador: Prof. Dr. Fellype de Carvalho BarretoCoorientador: Dr. Mauro Fernando Kürten IhlenfeldDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde. Defesa : Curitiba, 11/02/2021Inclui referênciasResumo: OBJETIVOS: Policiais e bombeiros exercem atividades profissionais de alto risco para várias doenças que afetam a saúde física e mental. O objetivo do presente estudo é avaliar as condições de saúde de policiais e bombeiros militares do Estado do Paraná, de acordo com o gênero e faixa etária e identificar fatores de risco relacionados à inaptidão física. MÉTODOS: Neste estudo observacional transversal foram analisados os dados da avaliação médica de 6.621 policiais militares (5.927 masculinos, 694 femininos) e 1.347 bombeiros militares (1.257 masculinos, 90 femininos) submetidos à inspeção de saúde no período de julho de 2018 a junho de 2019. Foram excluídas do estudo as gestantes. A análise de regressão logística múltipla foi usada para avaliar a associação da inaptidão física entre policiais e bombeiros militares e variáveis como: gênero, faixa etária, hábitos de vida e a comorbidades. RESULTADOS: Os policiais tiveram o pior perfil de saúde, sendo considerados inaptos na faixa etária de 31 a 40 anos de idade em 27,9% dos avaliados e de 40,1% a partir de 40 anos. O risco de bombeiros masculinos serem inaptos, a partir dos 40 anos, foi de 26,3%. As principais variáveis que se associaram a inaptidão física foram: diabetes mellitus (OR: 2,95, IC 95% 1,97 a 5,03), dislipidemia (OR: 2,65, IC 95% 1,96 a 3,58), hipertensão arterial sistêmica (OR:2,29, IC 95% 1,85 a 4,70), colesterol total elevado (OR: 2,16, IC 95% 1,93 a 2,42), doença cardíaca (OR: 2,13, IC 95% 1,32 a 3,45). Além de tabagismo, inatividade física, circunferência abdominal elevada, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e doença psiquiátrica. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo sugerem a necessidade de avaliações médicas periódicas, acompanhamento e intervenções de saúde na promoção e prevenção de doenças, especialmente numa idade mais precoce em policiais em relação aos bombeiros.Abstract: OBJECTIVES: Police officers and firefighters are workers with a high risk for various diseases that affect physical and mental health. The present study therefore sought to evaluate the health status of military police officers and firefighters in the state of Paraná grouped by sex and age and to identify risk factors associated with physical unfitness in this population. METHODS: In this observational cross-sectional study, data from medical assessments of 6,621 military police officers (5,927 men and 694 women) and 1,347 military firefighters (1,257 men and 90 women) who underwent health assessments between July 2018 and June 2019 were analyzed. Pregnant women were excluded from the study. Multiple logistic regression was used to investigate the association between physical unfitness among military police officers and firefighters and variables such as sex, age group, lifestyle and comorbidities. RESULTS: Police officers had the worst health profile. A total of 27.9% of those evaluated in the 31-to-40 years age group and 40.1% of those in the 40-years-plus age group were considered unfit while the chances of male firefighters being unfit were 26.3% from the age of 40 upward. The main variables associated with physical unfitness were: diabetes mellitus (OR: 2.95, 95% CI 1.97 to 5.03), dyslipidemia (OR: 2.65, 95% CI 1.96 to 3.58), systemic hypertension (OR:2.29, 95% CI 1.85 to 4.70), high total cholesterol (OR: 2.16, 95% CI 1.93 to 2.42) and heart disease (OR: 2.13, 95% CI 1.32 to 3.45). Other variables included smoking, physical inactivity, increased waist circumference, excessive intake of alcoholic beverages and psychiatric diseases. CONCLUSION: The findings of this study suggest that there is a need for regular medical assessments, follow-up and health interventions to promote health and prevent diseases among police officers and firefighters, especially at an earlier age among the former