O pensamento de Milton Santos e a análise crítica do planejamento corporativo do território

This paper seeks to analyze the contribution of the geographer Milton Santos to the field of territorial planning. Therefore, an assessment is drawn concerning the main theoretical and methodological contributions that have been developed and disclosed into research agendas, taking approaches and categories based on Milton’s work as reference. Thus, it is observed that the perspective of planning as a technical matter, under the premises of neutrality, has been used to subject the developing (or peripherical) countries to the dictates of a globalization that increasingly exploits natural resources and the population’s social conditions. From this point of view, it is considered that the territorial planning has been used as a common thread of the global capitalist doctrine, in a verticalized and, imported process, in the Brazilian socio-spatial constitution, conducted by corporate agents. Through the analyses and the categories suggested by Milton, this work addresses the main causes and consequences of the aforementioned process. Suggesting a close look at the concept of territory, taking into consideration the scale of the socio-spatial constitution, this paper also highlights the reasons that have led to the increasingly corporate use of the territory.O presente artigo busca analisar a contribuição do geógrafo Milton Santos para o campo do planejamento territorial. Para isso, traça-se um diagnóstico sobre os principais aportes teóricos e metodológicos que foram desenvolvidos e se desdobram em agendas de pesquisa a respeito do tema, tendo como referência as categorias e abordagens de inspiração miltoniana. Como resultado, verifica-se que o planejamento visto como uma técnica, sob a aura de neutralidade, tem servido à subordinação dos países subdesenvolvidos (ou periféricos) aos ditames de uma globalização cada vez mais predatória dos recursos naturais e das condições de vida da população. Sob essa lógica, sustenta-se que o planejamento tem servido como correia de transmissão da lógica global capitalista, verticalizada e importada à formação socioespacial brasileira por agentes corporativos. Por meio das análises e das categorias miltonianas, o texto que se apresenta discute as principais causas e consequências desse processo. Propondo um olhar sobre o território usado, tomando a escala da formação socioespacial, o texto destaca ainda as intencionalidades que levaram e levam ao uso cada vez mais corporativo do território