O aprimoramento da organização física do músico como ferramenta para atingir uma refinada prática musical

A performance musical envolve os três aspectos do ser humano: intelectual, emocional e físico. Uma vez que a habilidade técnica esteja resolvida, as questões físico- motoras ficam geralmente renegadas para um segundo plano em favor de elementos musicais como fraseado, caráter, expressão, sonoridade e articulação. Muitos músicos altamente treinados preferem confiar na sua intuição para transformar suas ideias musicais em movimento e fruição sonora – mesmo que o corpo esteja sempre presente nesse processo. A vida sem movimento é inimaginável, e a vida da música depende do movimento corporal do músico. Atualmente os performers vêm prestando maior atenção à consciência corporal, em parte em decorrência das muitas lesões que sofrem, e também porque hoje nós temos significativo conhecimento sobre o movimento do corpo humano: sabemos como o corpo funciona e como o movimento é aprendido. Modalidades de educação somática como a Técnica Alexander2 e o Método Feldenkrais3 nos trazem novas dimensões de percepção, compreensão e aprimoramento do movimento, além de grandes benefícios para o performer. Através dessas modalidades, não só o movimento de forma geral pode ser aprimorado, mas também aspectos específicos da prática musical: sonoridade, agilidade, fraseado e expressão como que desabrocham quando a aula de consciência do movimento é delineada segundo a demanda específica do (aluno) músico