O fundamento lógico do normativismo da gramática grega e sua relação com a ausência da inovação e mudança linguísticas como objeto de estudo teórico

O objetivo deste trabalho é demonstrar, numa perspectiva historiográfica, que o caráter normativista, amplamente reconhecido, da gramática tradicional na sua vertente grega não se deve somente ao trabalho filológico de preservação ou padronização dos textos clássicos. Essa tarefa foi, na verdade, precedida, tomando Aristóteles como o primeiro sistematizador do conhecimento filosófico de sua época, pela busca de uma linguagem capaz de realizar o trabalho ontológico fundamental da metafísica. A eliminação aristotélica da ambiguidade e da intencionalidade na busca da linguagem precisa e a fundação da metafísica num período em que os estudos da linguagem ainda não se constituíram como disciplina autônoma desfavoreceram por completo a inovação ou a mudança linguística como um objeto de estudo legítimo.The main goal of this paper is to show, in a historical background, that the normative character, largely known, of the tradicional grammar in his greek version is not only due to the work of preservation of the classical texts. This task was actually, taking Aristotle as the first systematizer of the philosophical knowledge of his period, preceded by the search of a language able to hold the ontological task of the metaphysics. The attempt by Aristotle to eliminate the ambiguity and intentionality aiming a kind of accurate philophical language and the foundation of metaphysics in a time when the study of language wasn’t yet established as an autonomous theory discouraged the innovation or the linguistic change as a legitimate study object