Os novos espelhos digitais e as imagens que eles devolvem e com as quais frequentemente despertam desejo e consumo diferem dos espelhos analógicos, aqueles que Umberto Eco considerava estar fora da ampla gama da semiótica. Os espelhos digitais são na verdade telas que simulam espelhos, por isso já “mentem” em sua função refletiva, mas podem mentir ainda mais graças a novos formatos e processos de espelhamento digital, como as selfies e os filtros. Quando a estes novos espelhos é feita a pergunta “Espelho, espelho meu, haverá alguém mais bela do que eu”, eles sempre respondem “você, é claro, sempre você é a mais bela!”. O artigo reflete sobre os espelhos digitais como parte de uma consideração mais ampla sobre a ética das imagens na era digi...