Neocolonialismo como causa e Turismofobia como efeito: Uma aproximação a partir da Geografia

O estudo do Turismo ganha status acadêmico considerando-o como prática social e ciência inter e transdisciplinar que permite diálogos, entre outros, com os estudos geográficos. Tais aproximações levam a maior entendimento do mesmo, especialmente nas suas tensões decorrentes da estrutura econômica-capitalista que, desde o século XIX, se apropria das práticas e imaginários associados às viagens. Nesses termos, o presente artigo segue estrutura teórico ensaística apoiada em revisão de literatura, propondo repensar o Turismo e, mais especificamente, o overtourism e a turismofobia, a partir da Geografia. Apoia-se para tal em Rogério Haesbaert e seu texto no livro “O mito da desterritorialização: do ‘fim dos territórios’ à multiterritorialidade”, ali buscando as teorizações do autor no que refere à questões associadas ao território. Reforçam-se as fortes interfaces do Turismo com o[s] território[s] e encaminha-se que o overtourism e a turismofobia, mesmo que ainda não com esta denominação, já chamavam atenção acadêmica desde os anos 1960, em paralelo à expansão do dito Turismo de massa e a apropriação neocolonial dos territórios para fins turísticos, primeiramente na própria Europa para a seguir buscar territórios turistificáveis na periferia do capitalismo central, como América Latina e África.