Violência Ocupacional, Satisfação Profissional e Competências de Liderança

A violência no trabalho tem vindo a ser alvo de uma grande preocupação por parte das organizações internacionais, devido ao aumento dos episódios de violência relacionados com os trabalhadores da área da saúde, especialmente contra os enfermeiros, apresentando estes índices mais elevados de agressões quando comparados com outros profissionais. Reconhecendo a importância e os riscos ocupacionais a que estes trabalhadores estão diariamente expostos, a presente investigação visa analisar em que medida a violência ocupacional sobre os enfermeiros, moderada pelas competências de liderança do seu gestor direto, influencia negativamente a satisfação profissional. Realizou-se um estudo de natureza quantitativa, do tipo descritivo-correlacional e transversal. Optou-se por um tipo de amostragem não probabilística por bola de neve, numa amostra de 107 enfermeiros a exercer funções no serviço de urgência há pelo menosum ano. Os resultados evidenciaram a presença de episódios violentos, nos três tipos de violência estudados, predominando os comportamentos enquadrados na agressão psicológica. Quanto à satisfação profissional, os enfermeiros manifestaram níveis de insatisfação, particularmente com a progressão na carreira e o salário e benefícios. Relativamente à perceção das competências de liderança do enfermeiro gestor, evidenciaram-se, com melhor desempenho as competências dos papéis enquadrados no modelo dos objetivos racionais. A influência da violência na satisfação profissional dos enfermeiros não é moderada pelas competências de liderança do enfermeiro gestor, uma vez que não foi encontrada relação entre estes constructos. No entanto foi encontrada relação entre as competências de liderança e a satisfação profissional.Violence in the workplace has been a major concern among international organizations due to the increase of violence related episodes regarding healthcare workers, especially against nurses who present higher rates of aggression when compared to other professionals. Acknowledging the importance and occupational risks to which these workers are daily exposed to, this investigation aims to analyze to what extent occupational violence against nurses, moderated by the leadership skills of their direct manager, negatively influences job satisfaction. A quantitative, descriptive-correlational and cross-sectional study was carried out. It was opted for a type of non-probabilistic snowball sampling, in a sample of 107 nurses who hadbeen working in the emergency department for at least one year. The results showed the presence of violent episodes, in the three types of violence studied, with a predominance of behaviors framed in psychological aggression. As for job satisfaction, nurses expressed levels of dissatisfaction, particularly with career progression, salary and benefits. Regarding the perception of the leadership skills of the nurse manager, the skills of the roles framed in the model of rational goals showed a better performance. The influence of violence on nurses' professional satisfaction is not moderated by the leadership skills of the nurse manager, since no relationship was found between these constructs. However, a relationship was found between leadership skills and job satisfaction