Fast fashion e trabalho análogo à escravidão: uma análise do instituto da terceirização pós-reforma trabalhista e sua relação com a indústria da moda rápida

The present work seeks to demonstrate how the upward journey of the production model known as fast fashion, combined with recent changes in institutional arrangements and labor protections (which had as one of its central objects, the unrestricted release of the outsourcing institute), in addition the contribution of the continuity of a culture of precarious work relationships in the fashion industry, they have also made it difficult to monitor complaints regarding cases of contemporary slavery in sewing workshops. For this, cases related to complaints of contemporary slave in the city of São Paulo and region - the main pole of the Brazilian fashion industry - from 2017 onwards were analyzed in order to demonstrate how the combination between the weakening of labor law, unrestricted outsourcing and fast fashion industry model has the consequence of maintaining strenuous working hours, precarious working conditions and, most importantly, degradation of workers in the textile industry.O presente trabalho busca demonstrar como a jornada ascendente do modelo de produção conhecido como fast fashion, aliado às recentes alterações na institucionalidade e proteções trabalhistas (as quais tiveram como um de seus objetos centrais, a liberação irrestrita do instituto da terceirização), além de contribuir para a continuidade de uma cultura de relações de trabalho precárias na indústria da moda, também têm dificultado a fiscalização em denúncias referentes a casos de trabalho análogo à escravidão em oficinas de costura. Para isso, foram analisados processos posteriores ao ano de 2017 referentes a denúncias de trabalho análogo ao escravo na cidade de São Paulo e região, principal polo da indústria da moda brasileira, a fim de demonstrar como a combinação entre o enfraquecimento do Direito trabalhista, terceirização indiscriminada e indústria da moda rápida tem por consequência a manutenção de jornadas extenuantes, precarização de condições de trabalho e, mais importante, degradação dos trabalhadores da indústria têxtil