Sofrimento psíquico grave: reflexões sobre a complexidade do cuidado em território em contexto de pandemia

The present work is the result of a field research carried out in a municipality in the interior of Tocantins, with the objective of analyzing the mental health care processes carried out in the territory, especially those aimed at people in severe psychological distress and their family. The interest in the theme came from the academic experiences and the desire to know how to care for this public in cities where there is no CAPS. We support the theory of systemic thinking because we understand that all aspects of health are complex due to the large number of interactions present in this phenomenon. The procedure used was observation, the semi-structured interview and the conversation circle with professionals that make up the Psychosocial Care Network, paying attention to the Community Health Agent because we understand that these are the professionals who work closest to the family. This is a descriptive study and the investigation led us to realize that, almost twenty years after the Psychiatric Reform, care in the territory is challenging and requires a lot of effort and commitment from those involved to achieve the expected results. Thus, we understand that the possibility of this care is full of challenges that can become obstacles if based on an objective view of the world and that the good articulation of the Mental Health Care Network is essential for the realization of this model.O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de campo realizada em um município no interior do Tocantins, com o objetivo de analisar os processos de cuidado em saúde mental realizados em território, especialmente os destinados à pessoa em sofrimento psíquico grave e sua família. O interesse pelo tema partiu das vivências acadêmicas e do desejo em conhecer como se realiza a atenção a esse público em cidades onde não há CAPS. Nos respaldamos na teoria do pensamento sistêmico por entendermos que todos os aspectos da saúde são complexos em razão do grande número de interações presentes nesse fenômeno. Os procedimentos utilizados foram a observação, a entrevista semiestruturada e a roda de conversa com profissionais que compõe a Rede de Atenção Psicossocial, nos atentando para o Agente Comunitário de Saúde por entendermos que esses são os profissionais que atuam mais próximo da família. Este é um estudo descritivo e a investigação nos levou a perceber que, quase vinte anos depois da Reforma Psiquiátrica, o cuidado em território é desafiador e carece de muito esforço e empenho dos envolvidos para alcançar os resultados esperados. Assim, entendemos que a possibilidade desse cuidado é cheia de desafios que podem se tornar obstáculos se baseados em uma visão objetiva de mundo e que a boa articulação da Rede de atendimento em saúde mental é primordial para efetivação desse modelo