Influência da floresta ripária e do regime de chuvas na estrutura trófica de peixes em um riacho de mata Atlântica no Nordeste do Brasil

The trophic ecology of the ichthyofauna in a stream may be related to the availability of resources in the environment, and this availability is influenced by factors such as the presence or absence of riparian forest, aquatic vegetation, fluvial regime, among others. In this context, the objective of this study was to test whether the rain regime and the presence of riparian forest influence the trophic structure of fish in an Atlantic Forest stream in Northeastern Brazil. For this purpose, fish from two stretches of the Tabocas stream (SE), one forested and the other deforested, were sampled bimonthly from March / 2018 to January / 2019. The fish were submitted to diet analysis and classified into five trophic guilds. Networks of interaction between consumers and resources were set up. A total of 682 specimens from 12 species were analyzed, nine native and three non-native (Hyphessobrycon eques, Poecilia reticulata and Xiphophorus maculatus). The species Hyphessobrycon parvellus, Compsura heterura, Poecilia reticulata, Astyanax fasciatus and Hyphessobrycon eques were the most abundant and frequent. 42 items were consumed grouped into 16 categories, with algae being the most frequent. The segregation of resources was verified among the analyzed species, indicating that the resources are limiting and the species tend to compartmentalize their niches. The congeners H. eques (non-native) and H. parvellus (native), for example, are both omnivorous, but have a low niche overlap. There was a predominance in the consumption of native items at both points and periods, although A. fasciatus has preferentially eaten allochthonous items in the forested point and in the rainy season. The deforested spot presented larger and more complex networks, probably due to the lack of shading, which results in higher primary productivity, capable of sustaining longer food chains. In relation to the periods, the rainy season presented the largest networks in relation to the dry period. Thus, the results indicate that both the presence of riparian forest and the rainfall regime influence the trophic structure of stream fish.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESA ecologia trófica da ictiofauna em um riacho pode estar relacionada à disponibilidade de recursos no ambiente, sendo essa disponibilidade influenciada por fatores como presença ou ausência de mata ciliar, vegetação aquática, regime fluvial, dentre outros. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi testar se o regime de chuvas e a presença de floresta ripária influenciam a estrutura trófica de peixes de um riacho de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil. Para tal, peixes de dois trechos do riacho Tabocas (SE), um florestado e outro desflorestado, foram amostrados bimestralmente de março/2018 a janeiro/2019. Os peixes foram submetidos à análise de dieta e classificados em cinco guildas tróficas. Redes de interação entre consumidores e recursos foram montadas. Um total de 682 espécimes de 12 espécies foi analisado, sendo nove nativas e três não nativas (Hyphessobrycon eques, Poecilia reticulata e Xiphophorus maculatus). As espécies Hyphessobrycon parvellus, Compsura heterura, Poecilia reticulata, Astyanax fasciatus e Hyphessobrycon eques foram as mais abundantes e frequentes. Foram consumidos 42 itens agrupados em 16 categorias, sendo algas o mais frequente. A segregação de recursos foi verificada entre as espécies analisadas, indicando que os recursos são limitantes e as espécies tendem a compartimentalizar seus nichos. As congêneres H. eques (não nativa) e H. parvellus (nativa), por exemplo, são ambas onívoras, mas apresentaram baixa sobreposição de nicho. Houve predomínio no consumo de itens autóctones em ambos os pontos e períodos, embora A. fasciatus tenha se alimentado preferencialmente de itens alóctones no ponto florestado e no período chuvoso. O ponto desflorestado apresentou redes maiores e mais complexas, provavelmente devido à falta de sombreamento, que resulta em uma maior produtividade primária, capaz de sustentar cadeias alimentares mais longas. Em relação aos períodos, o chuvoso apresentou as maiores redes em relação ao período seco. Assim, os resultados indicam que tanto a presença de floresta ripária como o regime de chuvas influenciam a estrutura trófica dos peixes de riachos.São Cristóvão, S