A mecanizaçao da agricultura no Brasil e suas consequencias sociais entre as décadas de 60 e 90

Orientador: Pulquerio Figueiredo BittencourtMonografia(Graduaçao) - Universidade Federal do Paraná,Setor de Ciencias Sociais Aplicadas, Curso de Ciencias EconômicasResumo: A produção mecanizada aumenta a produtividade do trabalho, gerando a diminuição do número dos trabalhadores ocupados por dado montante de capital. A modernização do setor agrícola, realizada a partir de meados dos anos 60, ocasionou mudanças indiscutíveis tanto na área técnica como no econômico da agricultura nacional, porém não conseguiu fazê-lo sem provocar a exclusão de uma parcela importante e significativa da população do meio rural provocando um processo de migração de seus componentes para a periferia dos centros urbanos. A população rural, que então representava 55% dos brasileiros, reduziu-se a apenas 20%. Esses desempregados ajudam a impedir que os salários aumentem demais. E o que tem ocorrido no campo com a entrada do maquinário. Para cada máquina que entra no campo cem trabalhadores perdem seu posto de trabalho. Estas não são apenas questões sociais, pertinentes à ação pública de bem-estar social, pois à medida que influem na configuração da sociedade rural, intervém fortemente sobre o ambiente empresarial e produtivo. O resultado mais perverso foi o inchaço das periferias das grandes cidades formandos as favelas, os bolsões de pobrezas, impulsionando conseqüentemente a criminalidade e abrindo campo para várias demandas sociais. O modelo de desenvolvimento rural implementado no Brasil, caracterizado como a via da modernização conservadora, demonstrou-se excludente sob o lado econômico e social, contribuindo para a concentração de renda e o aumento das desigualdades interregionais