Salas de apoio à amamentação : estratégia Mulher Trabalhadora que Amamenta do Ministério da Saúde

Orientadora: Profa. Dra. Regina Paula Guimarães Vieira Cavalcante da SilvaCoorientadora: Profa. Dra. Sônia Isoyama VenâncioTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Defesa : Curitiba, 08/10/2021Inclui referênciasÁrea de concentração: Promoção da Saúde na InfânciaResumo: Introdução: As Salas de Apoio à Amamentação (SAA), fazem parte da ação "Mulher Trabalhadora que Amamenta" a qual está inserida na "Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança". Objetivos: Descrever o perfil das SAA certificadas pelo MS na região Sul do Brasil. Metodologia: A pesquisa foi dividida em três etapas: 1) estudo transversal descritivo sobre as SAA da região Sul, por meio de questionário com aplicação online; 2) estudo de análise de implantação do tipo 1 que buscou relacionar a análise do contexto organizacional e sua relação com o grau de implantação das SAA no Paraná, por meio de visita presencial às salas, preenchimento de um instrumento para coleta de dados e estabelecimento de critérios para obtenção de escores indicativos de implantação, a saber: incipiente (0 a 4,9 pontos), avançada (5 a 7,9 pontos) e consolidada (8 ou mais pontos); 3) estudo descritivo exploratório sobre o perfil e as práticas de amamentação das mulheres usuárias das SAA no Paraná, bem como suas percepções acerca das salas, por meio da aplicação de questionário semiestruturado, com preenchimento online. Resultado: Foram identificadas 21 SAA no total, na Região Sul do Brasil. Na etapa 1 participaram 16/21 salas (76,19%). A mediana de mulheres que usaram SAA (3; 1-28) foi cerca de cinco vezes menor que a mediana de funcionárias em licença-maternidade (17; 1-184). Da etapa 2 participaram 13 (81,25%) salas do Paraná. A média do escore de implantação das SAA foi de 8,53 +- 1,26, sendo o valor mínimo 7 e o máximo 10. O contexto federal e estadual contribuíram para a implementação da ação. Contudo, foram identificadas fragilidades, em especial, sobre a formação de tutores e o monitoramento da ação. Da etapa 3 participaram 53 (40,76%) mulheres, 87% amamentaram de forma exclusiva até os 6 meses e 41% utilizaram a SAA entre cinco e dez meses. As trabalhadoras com maior tempo de trabalho na empresa (78%), foram as que mais utilizaram as salas (p=0,02) quando comparadas às mulheres com menor tempo de trabalho na empresa. Mulheres que trabalham em empresas públicas (62%), amamentam por mais tempo (p=0,01). Conclusão: as SAA na Região Sul foram implantadas em empresas de médio e grande porte; grau de implantação consolidado dessas salas no estado do Paraná; as percepções das mulheres acerca desta ação são positivas, para elas as SAA contribuem para prolongar a amamentação, melhorar o bem-estar físico e emocional, permitem que as mulheres exerçam suas atividades profissionais com conforto, contribuem para a valorização profissional da mulher e para o bom relacionamento entre funcionários e empregadores. Os resultados permitem afirmar que as SAA representam uma ótima estratégia para promover a amamentação e contribuem para o alcance das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.Abstract: Introduction: Breastfeeding Support Rooms (SAA) are part of the "Working Woman who Breastfeeds" action, which is part of the "National Policy for Comprehensive Child Health Care". Objectives: Describe the profile of SAA certified by MS in southern Brazil. Methodology: The study was divided into three stages: 1) a descriptive crosssectional study on the SAA in the South region developed through an online questionnaire; 2) a type 1 implementation analysis study that sought to relate the analysis of the organizational context and its relationship with the degree of implementation of SAA in Paraná through in-person visits to the rooms and data collection through an instrument, through which we established criteria for obtaining scores to indicate the stage of implementation, namely: incipient (0 to 4.9 points), advanced (5 to 7.9 points) and consolidated (8 or more points); 3) a descriptive exploratory study on the profile and breastfeeding practices of women who use the SAA in Paraná, as well as their perceptions about the rooms through the application of a semi-structured online questionnaire. Result: A total of 21 SAA were identified in the southern region of Brazil. In stage 1, 16/21 rooms (76.19%) participated in the study. The median of women who used SAA (3; 1-28) was about five times lower than the median of female employees on maternity leave (17; 1-184). 13 (81.25%) SAA in Paraná participated in stage 2. The SAA implementation mean score was 8.53 +- 1.26, with a minimum value of 7 and a maximum of 10. The federal and state context contributed to the implementation of the action. However, weaknesses were identified, especially regarding tutor training and action monitoring. In stage 3,53 (40.76%) women participated, 87% exclusively breastfed up to 6 months and 41% used SAA between five and ten months. Workers who worked for the company for longer (78%) were the ones who used the rooms the most (p=0.02) when compared to women with less time working in the company. Women who work in public companies (62%) breastfeed for longer (p=0.01). Conclusion: We identified that: SAA in southern Brazil are implemented in medium and large companies; the degree of consolidated implementation of these rooms in the state of Paraná; and that the perceptions of women about SAA are positive. SAA contribute to prolong breastfeeding, improve the physical and emotional well-being of women, allow them to comfortably exercise their professional activities, and contribute to the professional appreciation of women and to a good relationship between employees and employers. The results evidence that SAA are a great strategy to promote breastfeeding and contribute to achieving the Sustainable Development Goals