Effects of weed control and competition periods on sugarcane (Saccharum sp.) crop in São Paulo state-Brazil

Uma das principais atividades agrícolas do estado de São Paulo está relacionada com a agroindústria canavieira, voltada para a produção do açúcar e álcool. No entanto, um dos pontos mais críticos no processo produtivo da cana-de-açúcar é, sem dúvida, a interferência negativa imposta pela presença das plantas daninhas durante o cultivo. O conhecimento da época e extensão dos períodos de convivência, tolerados pela cultura, para cada padrão de comunidade infestante e para cada época do ano é bastante útil para o estabelecimento de recomendações racionais de manejo das plantas daninhas nesta cultura. Porém, informações sobre os períodos de controle necessários para a eliminação da interferência negativa imposta pelas plantas daninhas em níveis economicamente significativos são, ainda, escassas na literatura. Sendo assim, com o objetivo de estudar esses períodos foram instalados três experimentos nos municípios paulistas de Pradópolis, São João da Boa Vista e Olímpia, em áreas cuja cana-de-açúcar foi plantada no mês de maio de 1995 e colhida quinze meses depois. As condições climáticas no estado de São Paulo após o plantio destes experimento (época normal de plantio da cana-de-açúcar no estado) são caracterizadas por deficiência hídrica e temperaturas amenas, sendo que o período chuvoso iniciou-se apenas quatro meses depois do plantio. Os resultados obtidos nos experimentos permitiram concluir que na área onde predominava a planta daninha tiririca (Cyperus rotundus L.) a cana-de-açúcar suportou um pequeno período de convivência inicial (dos 0 até 41 dias após o plantio) sem sofrer interferência significativa de diminuição da produção. No entanto, o controle da tiririca por um período curto (dos 0 aos 22 dias após o plantio da cana-de-açúcar) foi suficiente para assegurar a produção máxima. Já no experimentos onde predominavam capim- colonião (Panicum maximum Jacq.) e capim-braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.) como infestante da cultura da cana-de-açúcar, concluiu-se que a cultura tolerou períodos de convivência inicial mais longos ( dos 0 até os 80 dias após o plantio). Porém, a extensão dos períodos de controle requerido para garantir a produção máxima foi relativamente longo, superior a 130 dias após o plantio, mostrando que estas espécies de plantas daninhas apresentavam crescimento e competitividade mesmo em estágios mais avançados de crescimento da cultura da cana-de-açúcar, portanto em condições sombreadas, coincidindo com o início do período das chuvas. Com relação às características tecnológicas dos colmos industrializáveis de cana-de-açúcar analisados na colheita final, não foram observado alterações significativas, independentemente do padrão de infestação de plantas daninhas.One of the major agricultural activities of São Paulo state is the agro-industry of sugarcane, related to alcohol and sugar production. However, the weed negative interference to the crop has been one of the biggest problems to growers since weed management in sugarcane, necessary to eliminate the economical interference to yeld, represents significant costs. The knowledge of the critical period of convivence between sugarcane and weeds is fundamental to rational weed management decisions. However, information about the weed control period necessary to eliminate the negative interference imposed by the weeds at economically significant level are still rare in the Brazilian literature. Therefore, the objective of this research was to evaluate the critical period of competition between sugarcane and weeds through three experiments installed in different locations of São Paulo state - Brazil (Pradópolis, São João da Boa Vista and Olímpia county). ln all three experiments, sugarcane was planted in May of 1995, and harvested 15 months later. The climatic condi tions in São Paulo State during the months that follow sugarcane planting in the experiments (normal time when growers plant sugarcane), are characterized by negative balance of rain and evapotranspiration and mild temperatures, and the rainy season starting only four months after planting time. According to the results, it was concluded that, in the experiment where purple nutsedge (Cyperus rotundus) was the major infesting weed, sugarcane supported only 40 days, after planting, without interference by the weed, due to probably a greater competitive ability and allelopathic effect that have been attributed to this weed during the earlier stages of sugarcane development, i.e., interforence starts right after initial sugarcane sprouting. On the other hand, purple nutsedge is very sensible to crop canopy shading, and low temperature, so the competition ended at only 60 days after planting (DAP). In the experiments where Panicum maximum and Brachiaria decumbens were the major infesting weeds, the critical period of competition were much longer (150 DAP); however, started later (60 DAP), when compared to the experiment with purple nutsedge. ln all the experiments it was observed that weed interference affects significantly sugarcane yield in ton/ha, but there is no effect in the sugar content in the stalks or any other industrial characteristics, independent of the weed infestation pattern