Migração e mudança de cultura agrícola: evidência do Brasil usando um modelo de equilíbrio espacial

Climate-change forecasts for Brazil points to sizable and spatially heterogeneous changes in temperature. This is likely to spur migration and spatial changes in crop patterns. We develop a unique tractable model that integrates both migration and agricultural adaptation as responses to climate change. Our model considers that workers\' locational choice is impacted by climate change through three channels: a direct amenity-value channel, as well as the indirect agricultural wages and housing prices channels. The impacts from indirect channels are affected by how farmers adapt to the new climate. Our simulations predict up to an 18.25% increase in micro-region migration rates, with barely no effect from crop change. On the other hand, agricultural adaptation has important impacts in employment in agriculture. The South macro-region is predicted to have an increase in agriculture share of employment when farmers change crop patterns, this includes a reduction in agriculture area dedicated to the production of Maize and an increase the area dedicated to Coffee in the region. Our results help to identify populations most vulnerable to climate change and the regions where most gains from agricultural adaptation may come from.As previsões de mudanças climáticas para o Brasil apontam para mudanças de temperatura consideráveis e espacialmente heterogêneas. É provável que isso estimule migração e mudanças espaciais nos padrões de cultivo. Desenvolvemos, então, um modelo estimável único que integra migração e adaptação agrícola como respostas às mudanças climáticas. Nosso modelo considera que a escolha da localização dos trabalhadores é impactada pelas mudanças climáticas por meio de três canais: um canal direto de valor-amenidade, bem como os canais indiretos de salários agrícolas e de custos de habitação. Os impactos dos canais indiretos são afetados pela forma como os agricultores se adaptam ao novo clima. Nossas simulações preveem um aumento de até 18,25% nas taxas de migração a nível de microrregião, com quase nenhum efeito de mudanças de culturas agrícolas. Por outro lado, a adaptação agrícola tem impactos importantes no emprego na agricultura. Prevê-se que a macrorregião Sul terá um aumento na porção de emprego da agricultura quando os agricultores mudam os padrões de cultivo, o que inclui uma redução na área agrícola dedicada à produção de milho e um aumento na área dedicada ao café na região. Nossos resultados ajudam a identificar as populações mais vulneráveis às mudanças climáticas, assim como as regiões de onde pode vir a maior parte dos ganhos com a adaptação agrícola