Este artigo se propõe a refletir sobre a formação do relato memorialístico em Beira-Mar (1985), de Pedro Nava, entendendo que se trata de uma construção que se faz pela invocaçãodo vivido, pelo resgate dos guardados na memória do homem, mas também pelo testemunhode outras pessoas, mesmo quando o narrador fala de fatos nos quais esteve diretamenteenvolvido. Os motivos pelos quais o homem transforma suas memórias, seu passado, emnarrativa e torna públicos os acontecimentos de uma vida são os mais variados, conformeargumenta May (1982). O ponto comum entre os narradores de memória está na capacidadeque o ato de escrever tem de sugerir o con...