Bioactive and Antimicrobial Potential

A valorização dos subprodutos ao nível industrial tem vindo a aumentar nos últimos anos, face à crescente sensibilização e promoção do conceito de economia circular. Especial foco tem sido dado aos subprodutos da indústria agroalimentar, que apesar de atualmente serem descartados na sua maioria, possuem ainda quantidades significativas de compostos bioativos de valor acrescentado passíveis de aproveitamento. Neste contexto, este estudo pretende avaliar o potencial de valorização dos subprodutos gerados durante o fabrico de sumo de romã, nomeadamente as cascas e as sementes das variedades Acco, Big Full e Wonderful. Os subprodutos foram caracterizados, preparados e sujeitos à extração sólido-líquido por extração convencional e por extração auxiliada por sonicador, utilizando como solventes a água e misturas de etanol/água a 25%, 50% e 75%. Os rendimentos de extração foram determinados, e os extratos resultantes avaliados quanto ao seu potencial bioativo, nomeadamente fenólicos totais, flavonoides totais, atividade antioxidante pelo método DPPH, atividade antimicrobiana contra microrganismos patogénicos e potencial fitotoxicidade em sementes de agrião-de-jardim. Concluiu-se que relativamente aos extratos produzidos por extração convencional, o solvente EtOH 50% conduziu aos valores mais promissores de potencial bioativo. Determinou-se que as cascas são mais ricas em compostos bioativos que as sementes, e a variedade Big Full apresenta valores mais elevados de fenólicos, flavonoides e atividade antioxidante. Quando se comparam os extratos obtidos pelos dois métodos de extração, para o melhor solvente (EtOH 50%), verificou-se que a extração assistida por sonicador revelou extratos com melhores resultados em termos de atividade antimicrobiana e fitotoxicidade. Em termos de atividade antimicrobiana, as cascas provaram ser mais eficazes contra os microrganismos patogénicos, sendo as bactérias Gram-positivas as mais sensíveis à sua ação. Nos ensaios de fitotoxicidade, foram testadas diferentes concentrações de extratos, que apesar de bastante baixas (0.003mg/mL), ainda assim demonstraram ser todas fitotóxicas. Este trabalho permitiu concluir que cascas e das sementes de romã constituem fontes muito interessantes de compostos bioativos com potencial aplicação no desenvolvimento de novos produtos ou em produtos já existentes, ao nível das indústrias alimentar e farmacêutica ou na agricultura.The valorisation of industrial by-products has been increasing in recent years, given the growing awareness and promotion of the concept of circular economy. Special attention has been given to the agri-food by-products, which, although most of them are currently discarded, still have significant amounts of added value bioactive compounds that can be used. In this context, this study aims to evaluate the bioactive potential for the valorisation of pomegranate by-products generated during the manufacture of pomegranate juice, namely the peels and seeds of the cultivars Acco, Big Full and Wonderful. The by-products were characterized, prepared and subjected to solid-liquid extraction by conventional extraction and by sonication-assisted extraction, using water and ethanolic solutions of 25%, 50% and 75% as solvents. The extraction yields were determined, and the resulting extracts evaluated for their bioactive potential, namely total phenolics, total flavonoids, antioxidant activity by DPPH method, antimicrobial activity against pathogenic microorganisms and potential phytotoxicity in garden cress seeds.It was concluded that in relation to extracts produced by conventional extraction, the solvent EtOH 50% presented the most promising values of bioactive potential. It concluded that the peels are richer in bioactive compounds than the seeds, and the Big Full cultivar has higher values of phenolics, flavonoids and antioxidant activity. When comparing the extracts obtained by the two extraction methods, for the best solvent (EtOH 50%), it was found that the sonication-assisted extraction revealed extracts with better results in terms of antimicrobial activity and phytotoxicity. Regarding antimicrobial activity, the peels proved to be more effective against the tested pathogenic microorganisms, with Gram-positive bacteria being most sensitive to their action. In phytotoxicity tests, different concentrations of peel extracts were tested, which despite being quite low (0.003 mg/mL) still proved to be all phytotoxic. This work allowed to conclude that pomegranate peels and seeds are very interesting sources of bioactive compounds with potential application in the development of new or existing products for the food and pharmaceutical industries or used in agriculture