Contributos da formatação textual para a proficiência leitora de alunos com dislexia

A dislexia é uma dificuldade de aprendizagem específica que, genericamente, está associada a uma decifração e fluência leitoras empobrecidas, resultado de um défice de consciência fonológica, inesperado face a outras capacidades cognitivas. Apesar de não ser impeditiva do desenvolvimento da proficiência leitora e do sucesso escolar, a dislexia traduz-se em consequências académicas, pessoais, emocionais e sociais, o que implica uma atenção redobrada por parte das escolas, dos professores e dos técnicos, no sentido de haver uma referenciação precoce destes casos, uma diferenciação das práticas pedagógicas e um apoio especializado que assegure o desenvolvimento das competências de leitura e do nível de literacia dos aprendentes. No sentido de aumentar a eficácia da leitura de alunos com dislexia, importa, portanto, adotar um conjunto de estratégias e ferramentas específicas em sala de aula. Neste âmbito, o artigo pretende sintetizar um conjunto de recomendações a ter em conta na fase de preparação de um texto dirigido a estes alunos, ao nível da organização da mancha gráfica, do seu realce e da sua estrutura. Estes princípios são sustentados pela evidência de que a forma como os textos são apresentados tem um efeito significativo na acessibilidade ao seu conteúdo, sendo possível melhorar o processo de decifração e, consequentemente, a compreensão da informação escrita. A formatação textual, sendo não só importante para alunos com dislexia, mas também para crianças e jovens sem dislexia, poderá ser considerada uma medida de suporte à aprendizagem e inclusão dirigida a todos os alunos.