Farmacogenética na farmácia comunitária: será uma oportunidade?

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2020, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.Introdução: Aquando da dispensa de uma prescrição médica na farmácia, o utente espera que a sua terapêutica seja tanto eficaz como segura. Infelizmente, esta não é a realidade, já que apenas 25-60% dos indivíduos, que fazem uma determinada terapêutica, demonstram ter o efeito desejado. A farmacogenética tem demonstrado ser a causa de 25-95% dos problemas relacionados pela terapêutica. Como tal, os farmacêuticos aparentam ser um dos profissionais indicados à sua utilização dado o seu conhecimento cientifico relativo ao medicamento, e ao seu papel na comunidade enquanto profissionais de saúde. Objectivos: Este estudo pretendeu verificar a viabilidade de um serviço de farmacogenética no contexto de farmácia comunitária. Metodologia: A estratégia de pesquisa foi executada no PubMed e Google Scholar (01/2010 - 02/2020). Todos os artigos selecionados tratavam-se de artigos originais que descrevessem a experiência dos farmacêuticos comunitários no fornecimento de serviços de farmacogenética. Resultados e Discussão: Neste estudo foram incluídos 5 artigos originais que descreveram a experiência dos farmacêuticos na implementação de metodologias de farmacogenética. Verificou-se que a taxa de aceitação tanto por parte dos pacientes, como dos médicos foi elevada e que, no geral, os farmacêuticos foram capazes de fornecer recomendações apropriadas face aos resultados farmacogenéticos. No entanto, a confiança e o nível de conhecimentos dos farmacêuticos face à farmacogenética pode se impor como uma barreira à sua implementação, adicionalmente, o tempo dedicado a esta metodologia, descrito como entre 5-80min, pode levar à sua insustentabilidade enquanto serviço farmacêutico. Conclusão: Apesar da promessa clínica da farmacogenética e da capacidade dos farmacêuticos em integrá-la no seu quotidiano, existem ainda barreiras inerentes da própria disciplina que podem dificultar não só a sua implementação, mas a continuidade do serviço de farmacogenética.Introduction: While dispensing a medical prescription at the pharmacy, the individual expects their therapy to be both effective and safe. Unfortunately, this is not the reality, since only 25-60 % of patients' therapy demonstrates to have the desired effect. Pharmacogenetics has been shown to be the cause of 25-95 % of problems related to therapy. As such, pharmacists seem to be suited professionals to integrate pharmacogenetic services in their workplace due to their knowledge regarding medicines and their role in the community as health care professionals. Objectives: This study aims to evaluate the research carried out regarding the viability of a pharmacogenetics service in the context of community pharmacy. Methodology: The search strategy was carried out at PubMed and Google Scholar (01/2010 - 02/2020). All articles selected were original articles describing the experience of community pharmacists, while providing pharmacogenetic services. Results and Discussion: This study includes 5 original articles that described the experience of pharmacists in implementing pharmacogenetic methodologies. It had been found that the acceptance rate by both patients and doctors was high, and that pharmacists were able to provide appropriate recommendations regarding pharmacogenetic results. However, pharmacists' confidence and level of knowledge regarding pharmacogenetics can impose as a barrier to its implementation. Additionally, the time dedicated to this methodology was described to be between 5-80 minutes, which can lead to its unsuitability as a pharmaceutical service. Conclusions: Despite the clinical promise of pharmacogenetics and the ability of pharmacists to integrate it into their daily chores, there are still inherent barriers in the discipline that can hinder not only its implementation, but the continuity of the pharmacogenetics service