Teleconsulta : o novo desafio em MGF : estudo de caso

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2021Introdução: Numa era em que a medicina pretende acompanhar as evoluções tecnológicas, assistimos a um crescimento da Telemedicina - ainda mais relevante no período de Pandemia COVID-19, em que muitas consultas presenciais passaram, rápida e quase automaticamente, a modelo teleconsulta. Objetivos: Caracterizar a perceção dos médicos de família sobre as vantagens e limitações da teleconsulta nos cuidados à população adulta. Secundariamente estabelecer uma provável relação entre a quantidade de teleconsulta e a perceção de sobrecarga de trabalho, bem como entre a realização de teleconsulta e a perceção de deterioração da relação entre o médico e o paciente. Métodos: Estudo observacional e transversal por aplicação de um questionário online com questões quantitativas e qualitativas, entre 25 de novembro e 18 de dezembro de 2020. A população em estudo foram os Médicos Especialistas e Internos de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar das USFs AlphaMouro e Rio de Mouro. Resultados: Obtiveram-se 17 inquéritos válidos. Verificou-se um aumento do número de teleconsultas por telefone e correio eletrónico durante o período de pandemia, face ao período prévio. Para a maioria a utilização do correio eletrónico como ferramenta de teleconsultas é considerada como conciliável com uma boa calendarização da agenda do profissional, num contexto laboral ou pós-laboral. No entanto, a sua utilização implica um aumento da carga de trabalho do médico, o que não parece ser tão claro para as por telefone. Verificou-se uma falta de enquadramento ético e deontológico para a concretização de uma teleconsulta eficaz, bem como a necessidade de investimento na formação médica e em meios tecnológicos adequados. Conclusão: A concretização de teleconsultas é conciliável com a calendarização da agenda médica, embora com maiores dificuldades relativamente às consultas por correio eletrónico. Da avaliação qualitativa, percebemos que a teleconsulta deve ser incluída na prática clínica, no entanto não deverá ser exclusiva.Background: In an era that medicine pretends to follow the technological developments, we watch the growth of Telemedicine – more relevant in a COVID-19 Pandemic time, in which most of the medical consultation went quickly and automatically from presential to teleconsultation. Objectives: Characterize the perception of primary health care medical doctors about the benefits and limitations of teleconsultation in the adult population. Secondarily, establish a probable relation between the amount of teleconsultation and the perception of work overload, as well as between teleconsultation and the perception of deterioration of the medical-patient relation. Methods: Observational and cross-sectional study with de application of an online questionnaire with quantitative and qualitative questions, between November 25th and December 18th, 2020, to primary health care medical doctors of AlphaMouro and Rio de Mouro health units. Results: Seventeen questionnaires were obtained. It was found and increased number of both telephone and e-mail teleconsultations during the pandemic period, compared to the previous. For the majority, the use of e-mail as teleconsultation tool is seen as compatible with a good calendarization of the professional agenda, during and after work. However, his use seems to increase medical doctor workload, what is not so clear for the teleconsultation by telephone. It was found a lack of ethical and deontological framework for an effective teleconsultation, as well as need for investment in medical formation and appropriate technological tools. Conclusions: The concretization of teleconsultation is compatible with the medical agenda, despite with more difficulties in the e-mail ones. From the qualitative averages, it was found that teleconsultation should be included in the medical practice, however not in an exclusive way