Comparação da atividade antioxidante in vitro de diferentes preparações de curcumina

Espécies reativas de oxigênio e os radicais livres são produzidos durante o metabolismo aeróbico normal. A superprodução dessas espécies está relacionada com o estresse oxidativo que pode levar a oxidação de proteínas, lipídios, DNA e desencadear uma série de eventos que resultam na morte celular. O estresse oxidativo também está relacionado à fisiopatologia de doenças neurodegenerativas e transtornos mentais como ansiedade e depressão. Assim, antioxidantes podem potencialmente ser utilizados como tratamento e/ou adjuvantes nessas condições. Nesse contexto, a curcumina, um polifenol extraído do rizoma de Curcuma longa L (Zingiberaceae) possui atividades antioxidante e anti-inflamatória, entretanto, apresenta baixa biodisponibilidade. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi comparar a atividade antioxidante in vitro da curcumina (CUR, 0,0625, 0,25 e 1 g/L) com uma preparação de curcumina micronizada (CM, 0,0625, 0,25 e 1 g/L) sobre as capacidades redutora de ferro (FRAP) e removedora de radicais livres (DPPH), bem como sobre o efeito protetor contra a oxidação da glutationa (GSH) induzida pelo peróxido de hidrogênio e inibição da formação de radical hidroxila. Ácido ascórbico (0,0625, 0,25 e 1 g/L) foi utilizado como controle positivo. A CM demonstrou maior capacidade removedora de radical livre do que a CUR no ensaio de DPPH nas concentrações de 0,0625 e 1 g/L e equivalente ao do ácido ascórbico em todas as concentrações. CM apresentou maior potencial redutor que CUR nas concentrações de 0,0625 e 1 g/L, sendo ambas menos efetivas que o ácido ascórbico. Nenhum dos grupos apresentou diferença significativa sobre o efeito protetor contra oxidação da GSH. Porém, sobre a inibição da formação de radical hidroxila a CM e CUR foram significativamente mais eficazes que o ácido ascórbico na concentração de 1 g/L. Os resultados mostram pela primeira vez que o potencial antioxidante da CM é superior ao da CUR. Mais estudos são necessários para a elucidação do mecanismo antioxidante da CM e de seus potenciais efeitos in vivo.Reactive oxygen species (ROS) and free radicals are produced during normal aerobic metabolism. The overproduction of ROS is related to oxidative stress and lead to oxidation of proteins, lipids, DNA, and trigger a series of events that result in cell death. Oxidative stress is also related to the pathophysiology of neurodegenerative diseases and mental disorders such as anxiety and depression. Thus, antioxidants can potentially be used as treatment and/or adjuvants under such conditions. In this context, curcumin, a polyphenol extracted from the rhizome of Curcuma longa L (Zingiberaceae) has antioxidant and anti-inflammatory activities, however, presents low bioavailability. The aim of this study was to compare the in vitro antioxidant activity of curcumin (CUR, 0.0625, 0.25 and 1 g/L) with a micronized curcumin preparation (CM, 0.0625, 0.25 and 1 g/L) on the iron-reducing (FRAP) and free radical scavenging (DPPH) capacities, as well as on the protective effect against hydrogen peroxide-induced glutathione (GSH) oxidation and inhibition of hydroxyl radical formation. Ascorbic acid (0.0625, 0.25 and 1 g/L) was used as a positive control. The CM showed higher free radical scavenging capacity than the CUR in the DPPH assay at concentrations of 0.0625 and 1 g/L and equivalent to the ascorbic acid at all concentrations. CM presented higher reduction potential than CUR at concentrations of 0.0625 and 1 g/L, and both were less effective than ascorbic acid. None of the groups presented a significant difference in the protective effect against oxidation of GSH. However, on the inhibition of hydroxyl radical formation, CM and CUR were significantly more effective than ascorbic acid at the concentration of 1 g/L. The results show for the first time that the antioxidant potential of CM is superior to CUR. Further studies are needed to elucidate the antioxidant mechanism of CM and its potential in vivo effects