Relato de caso clínico de uma paciente adolescente grávida com transtorno psiquiátrico e a dificuldade na decisão do plano terapêutico

Introdução: Doenças psiquiátricas são comuns em mulheres em idade fértil. A decisão de uso de psicofármacos é um desafio na prática clínica. Apresentação do caso: Paciente de 17 anos, grávida de 12 semanas do primeiro filho, foi internada devido a risco de heteroagressão e autoagressão após discussão com os pais adotivos. Paciente foi diagnosticada com Transtorno depressivo persistente, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade predominantemente de desatento, Transtorno Opositor Desafiante e Transtorno de Conduta. Paciente com descontrole de impulso grave. Gestão e resultado: Paciente foi avaliada por anamnese estruturada junto a mesma e seus pais, sendo feito os diagnósticos citados acima. Paciente foi tratada durante a internação com medidas comportamentais (manejo de contingência e contenção mecânica) como primeira linha para o descontrole de impulso após discussão do plano terapêutico entre a paciente, os pais e a equipe assistente, tendo em mente a gestação da paciente. Os antipsicóticos só foram usados em caso de agitação psicomotora refratária às medidas comportamentais. Paciente teve alta após 6 dias consecutivos sem agitação psicomotora registrada em prontuário. Discussão: O tratamento de uma paciente grávida com transtorno mental é de bastante relevância, mas com poucas evidências para o uso seguro dos psicofármacos durante a gestação. Por esse motivo, a decisão deve ser compartilhada entre a equipe médica e o paciente/familiares de uma forma objetiva levando em conta princípios básicos vistos na literatura