O agente de crédito como elemento-chave da política de microcrédito: a importância da orientação para a sustentabilidade dos empreendimentos financiados

Resumo: Dentre os principais desafios da estruturação de uma política pública encontra-se a garantia de apoio a formas de inserção econômica da população para além da sua colocação no mercado formal de trabalho. Cabe ao poder público implementar instrumentos de política com este propósito. O microcrédito constitui um desses instrumentos. O texto apresenta uma revisão bibliográfica sobre a atividade e a política de microcrédito no Brasil, no contexto da Política Nacional de Microcrédito Produtivo e Orientado (PNMPO), ressaltando o trabalho do agente de crédito como o vínculo entre a instituição de microcrédito e o público alvo, os tomadores. De acordo com a literatura selecionada, considera-se tal agente o fator principal do sucesso dessa modalidade de concessão de crédito, apontando para a importância, portanto, de sua formação e capacitação. Além da política de microcrédito, apresenta-se outras iniciativas do poder público de orientação e assistência à empreendedores de baixa renda, como é o caso do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no contexto urbano, e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) no meio rural. Por fim, são abordados aprofundamentos analíticos decorrentes da pesquisa realizada pelo DATAUnB para o Ministério do Trabalho, em 2017, dando destaque para recomendações com relação ao sentido do trabalho do agente junto aos tomadores, apresentado como mais um “trabalho psicológico” do que assistência técnica. Tendo em vista as recentes modificações na legislação do microcrédito, deve-se reconhecer as potenciais consequências para a política e atividade do microcrédito