A poesia concreta possui um período de considerável militância política que podemos identificar como: fase participante (1960-1966). Nesse trabalho, enfocaremos a análise de Psiu (1966), poema-cartaz de Augusto de Campos que chama a atenção por possuir forte tom político, o qual nos propomos a interpretar pelo viés das lutas feministas. Esse recorte é sugerido pelo próprio poema, que apresenta, no centro do círculo que o constitui, uma boca feminina sensual que pede silêncio. Na nossa leitura, esse silêncio pode ser relacionado com a repressão do regime ditatorial brasileiro, mas também pode ser o silenciamento das lutas feministas durante a ditadura ou ainda o silenciamento histórico imposto às mulheres como classe social