Sobre o caráter histórico dos efeitos de realidade no Jornalismo // ON HISTORICAL STATUS OF REALITY EFFECTS IN JOURNALISM

Since journalistic report is subject to certain pre-coded forms of narration, so that the recognized journalistic discourse is subject to a specific and standardized way of narrating the events, in this article, we will discuss the historical status of reality effects engendered narratively by news stories. Over time, although the use of reality effects is constant in news, the narrative techniques that harbor these effects have changed. In different historical periods, different narration codes had assumed the role of making the journalistic stories more credible. As material of analysis, we will show certain narrative techniques linked to reality effects used by magazines such as Revista da Semana (1900-1958), O Cruzeiro (1928-1975) and Manchete (1952-2000). Each one of these used certain storytelling techniques that have been abandoned in subsequent periods and that show the historical status of reality effects linguistically constructed in journalism.Posto que a reportagem está submetida a determinadas formas pré-codificadas de narração, de modo que o discurso jornalístico reconhecido está sujeito a um determinado e padronizado modo de narrar os acontecimentos, neste artigo, buscaremos discutir justamente o caráter histórico dos efeitos de realidade engendrados narrativamente pelas estórias jornalísticas. Ao longo do tempo, diferentes códigos de narração assumiram o papel de tornar o relato jornalístico mais crível. Como material de análise, mostraremos determinadas técnicas narrativas vinculadas aos efeitos de realidade utilizadas por revistas como a Revista da Semana (1900-1958), O Cruzeiro (1928-1975) e Manchete (1952-2000). Como arcabouço teórico, utilizamos a noção de código narrativo, tal como exposto por Barthes em S/Z. Cada uma dessas revistas utilizou determinadas técnicas de narração que foram abandonadas em períodos seguintes e que mostram o caráter histórico dos efeitos de realidade construídos linguisticamente no jornalismo. Enquanto a Revista da Semana garantia a articulação de seus efeitos de referencialidade em um jornalista que testemunha o fato, O Cruzeiro se apoia na fala de um terceiro e Manchete em dados externos ao testemunho