Mother-child interaction : patterns within a structured situation

Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, 1997.Do ponto de vista teórico co-construtivista, a bidirecionalidade das interações mãe-criança e as influências culturais reciprocas têm um papel fundamental no desenvolvimento da criança. A dinâmica presente na co-construção das relações mãe-criança, entretanto, devem ser analisadas em termos de padrões interacionais específicos dentro de contextos específicos, permitindo a descrição e interpretação das estratégias empregadas por cada parceiro. O objetivo do presente trabalho foi de analisar a diversidade de padrões de comunicação e metacomunicação observados nas díades mãe-criança em contexto onde a mãe podia ajudar a criança no desempenho da tarefa. Mães de classe de baixa renda de uma localidade de Brasília foram convidadas para participar de sessões de 20 minutos em que a criança recebia instrução para desenhar uma casa, usando vários tipos de materiais. Dez crianças (idades entre 5 e 6 anos) foram filmadas com suas mães na própria escola, em uma sala de brinquedoteca. Cinco mães eram analfabetas, e as outras cinco tinham grau de instrução de segundo grau incompleto. Depois da transcrição das fitas, foram criadas categorias e sub-categorias para avaliar os comportamentos da mãe e da criança (como "intervenção direta", "apoio", "feedback" etc, e "execução da tarefa", "mostrar tarefa", "pedir ajuda" etc). A utilização do sistema de categorias permitiu uma visualização geral das interações, mas a análise qualitativa dos mesmos dados mostrou que somente pela interpretação qualitativa pode-se detectar a complexidade dos padrões interativos. Os resultados mostraram uma diversidade extraordinária de interações mãe-criança, e a existência de vários aspectos envolvidos nos padrões observados. Apesar da reduzida amostra estudada, foi possível observar algumas tendências para cada grupo. As díades de mães alfabetizadas ilustraram muito bem o que Rogoff (1990) chamou de "apprenticeship", (as mães dando suporte e encorajando as iniciativas da criança, e a criança sendo mais criativa e independente). As díades do grupo de mais diretiva e demostravam ansiedade, enquanto que as crianças permaneciam esperando passivamente pelas instruções das mães. Os resultados revelam o papel central exercido pelos contextos específicos das interações, e a necessidade de se estudar a complexidade da interação e a maneira com que estas influem na co-construção de relações mãe-criança significativas.From a co-constructivist theoretical perspective, the bidirectionality of mother-child interactions and mutual cultural influences play a fundamental role in 4 child development. The dynamics involved in the coconstruction of mother-child relationships, however, should be analysed in terms of the specific interactive patterns developed within specific contexts, allowing for the description and interpretation of the interactive strategies employed by each participant. The goal of the present study was to analyse the diversity of patterns of communication and metacommunication observed in mother-child dyads in a context where the mother could help her child to accomplish a certain task. Mothers from a low income neighborhood in Brasilia (Brazil) were invited to participate of 20 minute sessions where the child was instructed to draw a house, using different materiais. Ten preschool children (ages between 5 and 6 years-old) were videotaped with their mothers in a special room located at their preschool. Five mothers were illiterate, the other five had high school education. After the transcription of the tapes, categories and sub-categories were created to accountfor mother and child behaviors (like "direct intervention", "support", "feedback" etc; and "participation in the task", "show", "help request" etc). The utilization of the category system allowed for a general quantitative picture of the interactions, but the qualitative approach to the same data revealed that the complexities that characterize interactive patterns can only be detected using an interpretative analytical framework. Results showed a remarkable diversity in mother-child interactions and the existence of multiple aspects involved in the observed patterns. Despite the relatively small sample studies, however, it was possible to identify certain tendencies for each group. The dyads composed by literate mothers well illustrated what Rogoff (1990) calls "apprenticeship", with the mothers being supportive, encouraging the child's iniciatives, and the child being more creative and independent. Dyads from the other group almost did not speak. Also mothers used more directives and showed signs of disconfort, while children passively waited for their mother's instructions. Theoretical accounts of the results particularly stress the central role played by the nature of specific contexts where interactions take place, and the need to study interactive complexities and the way they contribute in the co-construction of meaningful mother-child relationships