PERMANÊNCIA DA CULTURA DE CANTAR VERSOS NA MEMÓRIA DE UM GRUPO DE TRABALHADORES DO POVOADO MONTE ALEGRE EM RIO REAL/BA NA CONTEMPORANEIDADE

Pretendo discutir sobre a arte de cantar versos que amenizava a dura jornada de trabalho braçal desempenhada pelos agricultores do Povoado Monte Alegre em Rio Real/BA. Ao investigar a função social das cantigas, ressalto a produção poética em dois momentos específicos: como uma forma de diversão, em reuniões noturnas, e como cantos de trabalho, durante o cooperativismo entre eles. Nas entrevistas, são registrados não só os versos das cantigas que sobrevivem na memória dos idosos, mas têm especial atenção os depoimentos sobre a produção das cantigas e a memória de uma performance que subsiste. Desse modo, busco interpretar as interpretações das lembranças dessa cantoria, presentes nas memórias dos antigos moradores de Monte Alegre. Para análise dos materiais de pesquisa, respaldo-me em estudos das poéticas orais e da crítica cultural, a exemplo de Paul Zumthor, Jerusa Ferreira Pires, Nestor Garcia Canclini, Stuart Hall, Fausto Colombo, Edil Silva Costa, Antônio Cândido, dentre outros