AMOR DE TRANSFERÊNCIA: mais além do sujeito

O amor é o tema deste escrito, mas falamos aqui do amor transferencial, um construto da psicanálise largamente discutido por Freud e Lacan ao longo de sua obra. Fizemos, inicialmente, o resgate de alguns conceitos de amor, abordando o amor primordial, aquele cujas marcas definem nos sujeitos as reedições amorosas que farão parte de sua vida; debatemos sobre a história das Almas Gêmeas e o Mito Andrógino, constante na obra de Platão, e apresentamos alguns conceitos trazidos por Freud e Lacan para, por fim, iniciarmos a discussão sobre o amor que atravessa o par que protagoniza o espaço escolar: professor e aluno. Entre estes, por vezes, os afetos se bifurcam, se entreolham antagonicamente e registram opostos e sobrepostos numa mesma relação: a isso Lacan chamou de ambivalência. A transferência, este logro de amor, mostra-se elemento fundante para que se processe a aprendizagem no espaço escolar, pois de acordo a concepção psicanalítica, a ação educativa se cumpre quando o aluno investe no professor ao supor nele um saber desejado. Assim, entres estes, as falas se atravessam, enlaçam os sujeitos e dão forma a um tipo de amor que está para além do próprio sujeito, que se inscreve no saber inconsciente que um supõe ao outro: a transferência