Utilização da detecção remota para o estudo da variabilidade espacial de uma vinha. Resultados preliminares com a casta Touriga Franca

Com o objectivo de avaliar as possibilidades da utilização da detecção remota na identificação e gestão da variabilidade espacial de uma vinha, apresentam-se os resultados de um ensaio de viticultura de precisão instalado numa vinha da casta Touriga Franca, localizada na zona Norte da Região do Tejo. Com base nos dados do índice de vegetação NDVI (normalised difference vegetation index) obtidos por fotografia aérea digital num voo realizado ao pintor, e em dados agronómicos colhidos numa amostra de videiras, ensaiaram-se regressões entre os valores de NDVI e os valores de área foliar, número de camadas de folhas, peso lenha de poda, produção, peso cachos e qualidade do mosto. Os maiores coeficientes de determinação obtiveram-se nos indicadores do vigor e os menores nos da produção. Verificou-se uma ausência de correlação do NDVI com o número de camadas de folhas, resultados que corroboram as já conhecidas dificuldades do uso da detecção remota na estimativa da densidade do coberto. De forma a obter uma vindima segmentada criaram-se duas classes de NDVI: baixa: 0,0- 0,20 e alta: 0,20 – 0,40. Esta segmentação permitiu a obtenção de valores significativamente superiores no álcool provável e acidez total do mosto à vindima na classe de menor NDVI, correspondente ao menor vigor das videiras. O vinho da classe de menor vigor obteve também melhores classificações em todos os parâmetros da prova organoléptica