Efeitos paradoxais da supressão de motivações idiossincráticas

A Supressão do Pensamento é uma estratégia de autorregulação na que através de um processo voluntário e consciente, a pessoa tenta eliminar um pensamento indesejado da sua consciência. Este processo pode, no entanto, de forma paradoxal, tornar o pensamento mais frequente. O objetivo principal deste trabalho foi verificar se existem efeitos paradoxais associados à supressão de pensamento, utilizando pensamentos distratores intrínsecos, extrínsecos e neutros. Trinta e nove participantes foram distribuídos, aleatoriamente, por três condições experimentais: intrínseca, extrínseca e neutra. Os participantes responderam à Escala de Traços de Absorção de Tellegen que foi utilizada para avaliar a propensão dos indivíduos a estarem imersos numa experiência ou pensamento; a escala de Imersão, que avaliou a imersão do pensamento distrator; um questionário sobre a satisfação; e um questionário de objetivos intrínsecos, extrínsecos e neutros. Os resultados mostraram a não existência de diferenças significativas entre o pensamento suprimido e o distrator utilizado. Concluímos, assim, que poderá não existir dificuldades em suprimir o pensamento negativo utilizando os distratores intrínsecos, extrínsecos e neutros.The Suppression of Thought is a self-regulation strategy in which through a voluntary and conscious process, the person tries to eliminate an unwanted thought from his consciousness. This process can, however, paradoxically, make thinking more frequent. The main objective of this work was to verify whether the paradoxical effects were higher when the stimuli used to distract from the thought to be suppressed caused a lower immersion.Thirty-nine participants were randomly distributed by three experimental conditions: intrinsic, extrinsic and neutral. The participants responded to the Tellegen Absorption Traits Scale, which was used to assess the propensity of individuals to be immersed in an experiment or thought; the Immersion scale, which evaluated the immersion of distracting thinking; a questionnaire on satisfaction; and a questionnaire of intrinsic, extrinsic and neutral objectives. The results showed no significant differences between suppressed thinking and the distractor used. Thus, we conclude that there may be no difficulties in suppressing negative thinking using intrinsic, extrinsic and neutral distractors