Análise das hospitalizações por doenças imunopreveníveis seus custos, evoluções e tendências temporais no Brasil

Orientadora: Profa. Dra. Eliane Mara Cesário Pereira Maluf, MD, PhDTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde. Defesa : Curitiba, 04/10/2021Inclui referências: p. 146-157Resumo: A ocorrência das doenças imunopreveníveis em uma população tem relação direta com as condições socioeconômicas e políticas públicas de imunização vigente, o histórico das coberturas vacinais. Neste contexto, o objetivo principal desta pesquisa foi discriminar as hospitalizações por doenças imunopreveníveis no Brasil, os custos diretos destas hospitalizações no âmbito do Sistema Único de Saúde, de doenças imunopreveníveis (difteria, tétano, coqueluche, caxumba, rubéola, sarampo, hepatite B, febre amarela, síndrome respiratória por vírus influenza, doença meningocócica, varicela), por meio dos dados do Departamento de informações do SUS (DATASUS), no período de 2008 a 2018. Foi realizado um estudo observacional descritivo retrospectivo, com base nas informações fornecidas com o uso do Sistema de Informações de Saúde (TABNET). Foram analisadas 457.479 hospitalizações no período; com um total de 2.450.870 dias de permanência hospitalar, totalizando R$389.243.264,85 em custos diretos. A caxumba apresentou tendência temporal crescente em todas as regiões; coqueluche, febre amarela, sarampo, tétano foram estacionárias no país; e difteria, doença meningocócica, hepatite B, influenza, rubéola e varicela apresentaram-se decrescentes no país. A região Sudeste apresentou a maioria das hospitalizações e custos diretos, todavia, com mais doenças com tendência decrescente no período. A região Nordeste apresentou mais doenças com tendência crescente no período analisado. A influenza foi a doença com mais hospitalizações (292.209), maiores custos (R$216.785.771,98) e óbitos (10.075), independente do gênero, faixa etária ou região geográfica. A doença com menores hospitalizações (275), custos diretos (R$144.992,82), sem óbitos, independente da faixa etária, gênero e região geográfica foi a rubéola (conforme dados do ministério da saúde todos os casos foram investigados e descartados). A faixa etária com mais hospitalizações foi de 1 a 4 anos (82.894), os maiores custos foram em menores de 1 ano (R$66.704.480,63), as tendências temporais se mostraram decrescentes tanto em crianças quanto em adolescentes. Predomínio das hospitalizações (235.483) e maiores custos (R$206.943.642,06) no gênero masculino. A tendência temporal dos óbitos (20.713) da maioria das doenças foi decrescente no período. Os resultados obtidos sugerem que as doenças imunopreveníveis são uma situação de saúde pública atual e relevante pelo contingente de recursos financeiros alocados nos seus internamentos, independentemente da localidade geográfica nacional, da faixa etária e do sexo, no período analisado por esta pesquisa.Abstract: The occurrence of immunopreventable diseases in a population is directly related to the current socio-economic conditions and the public immunization policies, the history of immunization coverage. In this context, the main objective of this research was to discriminate the direct costs of hospitalizations of immunopreventable diseases in Brazil, (diphtheria, tetanus, pertussis, mumps, rubella, measles, hepatitis B, yellow fever, respiratory influenza syndrome, meningococcal disease, varicella), within the Unified Health System (SUS), through data from SUS Information Department (DATASUS), from 2008 to 2018. A retrospective descriptive observational study was conducted, based on the information provided by using the Health Information System (TABNET). It was identified 457,479 hospitalizations in the period; with a total of 2,450,870 days of hospital stay, with total costs of R$389,243,264.85. Mumps showed an increasing temporal trend in all regions; whooping cough, yellow fever, measles, tetanus were stationary in the country; and diphtheria, meningococcal disease, hepatitis B, influenza, rubella and chickenpox showed a decrease in the country. The Southeast region had the majority of hospitalizations and direct costs, however, with more diseases with a downward trend in the period. The Northeast region had more diseases, with an increasing trend in the period analysed. Influenza was the disease with the most hospitalizations (292,209), the highest costs (R$216,785,771.98), deaths (10,075), regardless of gender, age group or geographic region. The disease with fewer hospitalizations (275), direct costs (R$144,992.82), no deaths, regardless of age, gender and geographic region was rubella (according to data from the Ministry of Health, all cases were investigated and discarded). The age group with the most hospitalizations was from 1 to 4 years old (82,894), the highest costs were in children under 1-year-old (R$66,704,480.63), the temporal trends showed decreasing in both children and adolescents. Predominance of hospitalizations (235,483) and higher costs (R$206,943,642.06) in males. The temporal trend of deaths (20,713) from most diseases was decreasing in the period. The results obtained suggest that immunopreventable diseases are a current and relevant public health situation due to the contingent of financial resources allocated to their related hospitalizations, regardless of national geography location, age group and gender, in the period analysed by this research